terça-feira, 21 de julho de 2009

Andebol

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Fédération Internationale de Handball
Fundada em 1946; 147 Filiados
Desporto olímpico desde 1936

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Andebol de 7

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HISTÓRIA

A bola é sem dúvida um dos instrumentos desportivos mais antigos do mundo e vem cativando o homem há milénios. O jogo de “Urânia” praticado na antiga Grécia, com uma bola do tamanho de uma maçã, usando as mãos, mas sem balizas é citado por Homero na Odisseia. Também os Romanos, segundo Cláudio Galero (130-200 d.C.), conheciam um jogo praticado com as mãos, “Hasparton”. Mesmo durante a Idade Média, eram os jogos com bola, praticados como lazer por rapazes e moças. Na França, Rabelais (1494-1533) citava uma espécie de handebol (“esprés jouaiant à balle, à la paume”). Em meados do século passado (1848), o Prof. dinamarquês Holger Nielsen criou no Instituto de Ortrup, um jogo denominado “Haaddbold” determinando suas regras. Na mesma época dos checos conheciam jogo semelhante denominado “Hazena”. Fala-se também de um jogo similar na Irlanda, e no “Sallon”, do uruguaio Gualberto Valetta, como precursor do handebol. Todavia, o handebol como se joga hoje, foi introduzido na última década do século passado, na Alemanha, como “Raftball”. Quem o levou para o campo, em 1912, foi o alemão Hirschmann, então secretário da Federação Internacional de Futebol.

O período da primeira Grande Guerra (1915 a 1918) foi decisivo para o desenvolvimento do jogo, quando o Prof. de ginástica Berlinense Max Heiser, criou um jogo ao ar livre para as operárias da Fábrica Siemens, derivado do “Torball” e quando os homens começaram a pratica-lo o campo foi aumentando para as medidas do futebol. Em 1919, o Prof. Alemão Karl Schelenz reformulou o “Torball”, alterando seu nome para “Handball” com as regras publicadas pela Federação Alemã de Ginástica, para o jogo com 11 jogadores. Schelenz levou o jogo como competitivo para a Áustria, Suíça além da Alemanha. Em 1920 o Director da Escola de Educação Física da Alemanha tomou o jogo como desporto oficial. Cinco anos mais tarde, Alemanha e Áustria fizeram o 1º jogo internacional, com vitória dos austríacos por 6 a 3. Na reunião de agosto de 1927 do Comité de Handebol da IAAF adoptaram as regras alemãs como as oficiais, motivando a que na 25ª sessão do Comité Olímpico Internacional, realizado no mesmo ano, fosse pedida a inclusão do handebol no programa olímpico. Como crescia o número de países praticantes, o caminho foi a independência da IAAF, o que aconteceu no dia 4 de agosto de 1928, no Congresso de Amsterdão, quando 11 países escolheram o americano Avery Brudage como membro da Presidência da FIHA.

O COI então decidiu em 1934 que o handebol seria incluído nas olimpíadas de Berlim de 1936, o que realmente aconteceu com a participação de 6 dos 26 países então filiados, com a Alemanha vencendo a Áustria no jogo final por 10 a 6, perante 100.000 pessoas no Olympia Stadium de Berlim. Dois anos mais tarde, também na Alemanha, foi disputado o primeiro campeonato mundial, tanto no campo (8 participantes) como no salão (apenas 4 concorrentes). Tão logo terminou a Guerra Mundial, os dirigentes de handebol reuniram-se em Copenhague e fundaram a actual Federação Internacional com sede na Suécia sob a presidência do sueco Costa Bjork. Em 1950 a sede da IHF mudou-se para a Basileia, na Suíça. Mesmo sem a participação dos alemães, criadores do jogo, os campeonatos mundiais foram reiniciados no campo em 1948 (para homens) em 1949 (para mulheres). No salão, já com os alemães, os certames foram reiniciados em 1954. Por razão climática, falta de espaço pela preferência do futebol e pelo reconhecimento de que era mais veloz, o handebol de salão passou a ter a preferência do público e a modalidade se impôs, a ponto de ser suspensa a realização de campeonatos mundiais de campo, desde 1966. Hoje, o handebol leva multidões aos ginásios, principalmente na Europa, onde os grandes astros são bem pagos e reconhecidos.

O handebol vem realizando a cada quatro anos seus campeonatos mundiais e olímpicos, estes desde 1972 no masculino e desde 1976 no feminino. União Soviética, Jugoslávia, Alemanha Oriental e Ocidental, Suécia, Dinamarca, Hungria, Roménia e Espanha são destaques na Europa. Nos outros continentes a Coreia, Japão (Ásia). Argélia e Tunísia (África) e Cuba, Estados Unidos, Brasil (América) têm obtidos melhores resultados em ambos os sexos.

Nem sempre é fácil determinar com precisão as origens dos vários desportos que hoje em dia nos atraem, quer como praticantes, quer como simples espectadores. Está neste caso o ande­bol, considerado um dos mais jovens despor­tos, se bem que tenha as suas origens na mais remota antiguidade.
Assim, já na antiga Grécia se praticava um jogo de bola com a mão, conhecido por jogo da Ucrânia, que Homero descreve na Odisseia e do qual foi descoberto em 1926, em Atenas, um magnífico baixo-relevo que deve datar de 600 a. C. Durante a Idade Média os jogos de bola com a mão continuaram a ser praticados principalmente nas cortes, e foram baptizados pelos trovadores como «os primeiros Jogos de Verão».
Em fins do século passado, em 1890, o pro­fessor de ginástica Konrad Kech criou um jogo com características muito semelhantes às do andebol.
Na Checoslováquia, praticava-se já há muito um jogo popular e parecido com o andebol, o azena, nome pelo qual este desporto ainda hoje é conhecido naquele país.
Também muito antes de ser divulgado o an­debol em Portugal, existia na cidade do Porto um jogo muito semelhante, conhecido por malheiral, nome que lhe adveio do facto de o seu criador ter sido o professor de Educação Física Porfírio Malheiro.
Na Bélgica, no curso normal provincial de educação física da província de Liège, em 1913, o professor Lucien Dehoux apresentou o andebol das três casas, que depressa se expan­diu, chegando, entre 1915 e 1918, a organi­zar-se campeonatos.
Em plena guerra, em 1917, apareceu na Alemanha um novo jogo de equipa, o andebol, imaginado pelo professor de Ginástica Femi­nina Wasc Heiser, que o jogava com as suas alunas nas áleas de uma das principais avenidas de Berlim. Todavia, qualquer destes jogos não conseguiu impor-se e o andebol, como desporto devidamente codificado, só apareceu após a I Guerra Mundial.
Correntemente, atribui-se a sua criação aos alemães Hirschmann e Cari Schelenz. No en­tanto, o Uruguai reivindica para si a paternidade desse jogo, hoje tão popular em todo o Mundo.

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Teria sido seu criador o professor de Educa­ção Física António Valeta, criador aliás de mui­tos outros jogos nacionais uruguaios e que pre­tendeu fazer com ele uma réplica do futebol, tendo-lhe dado o nome de balon.
Pretendem os Uruguaios que foram alguns marinheiros alemães pertencentes a vários na­vios, detidos no porto de Montevideu ao inicia­rem-se as hostilidades da I Guerra Mundial e internados em campos de fixação, que, como praticantes entusiastas da educação física, to­maram contacto com o balon e desde logo se entusiasmaram. Mais tarde, ao serem repatria­dos, teriam difundido aquele jogo e teria sido o Dr. Cari Schelenz o autor da compilação das suas regras, o que deu origem à suposição de haverem sido os Alemães os criadores do ande­bol.
O grande incremento do andebol a nível mundial deve-se ao aparecimento da variante do andebol de sete, em vez do andebol de onze praticado originalmente. Esta variante foi criada nos países nórdicos (Suécia e Dinamar­ca), onde, devido ao rigor dos Invernos, se tor­nava impossível praticar este desporto nos campos ao ar livre, tendo estes que ser substi­tuídos por salas fechadas, o que obrigou à di­minuição do número de jogadores em campo.
Esta modalidade veio a despertar grande in­teresse, tendo-se disputado o I Campeonato do Mundo em 1938, com a vitória da Alemanha. Porém, só a partir de 1954 as competições in­ternacionais de andebol de sete passaram a ser disputadas com regularidade.
Em Portugal, o andebol de onze começou a ser praticado na cidade do Porto, onde foi in­troduzido nos finais de 1929 pelo desportista alemão Armando Tshopp. A primeira apresen­tação oficial de um jogo de andebol teve lugar em 31 de Janeiro de 1931, no Porto, e ainda nesse ano foi formada a Associação de Andebol de Lisboa, seguida, em 1932, pela Associação de Andebol do Porto.
O andebol de sete foi introduzido em Portu­gal em 1949, por outro alemão, Henrique Feist, residente no nosso país. O primeiro torneio ofi­cial da nova modalidade foi organizado por Feist na vila de Cascais no Verão de 1949.
A crescente popularidade do andebol de sete, tanto no nosso país como internacionalmente,
levou à gradual extinção da variedade de onze, que desde há alguns anos deixou completa-mente de se praticar.

REGRAS

Existem três tipos de andebol: o indoor, o outdoor (ou de campo) e o de praia (beach handball). O indoor, única modalidade olímpica, é disputado dentro de recintos fechados e com sete jogadores em cada equipa. No outdoor, praticado em campos ao ar livre, são 11 de cada lado; as equipas de andebol de praia jogam com apenas quatro jogadores, incluindo o guarda-redes.
O andebol olímpico é disputado em recintos de 40 metros de comprimento por 20 metros de largura, com duas balizas de três metros por dois metros. A bola tem de 58 a 60 centímetros de circunferência para os homens, e de 54 a 56 centímetros para mulheres e crianças.
É permitido lançar, bater, empurrar, socar, parar e pegar a bola, não importa de que maneira, com a ajuda das mãos, braços, cabeça, tronco, coxas e joelhos. O único que pode utilizar os pés é o guarda-redes, mas só se estiver na sua área. Os jogadores só podem segurar a bola por três segundos, mesmo que ela esteja no chão, assim como são permitidos apenas três passos com a bola na mão.
A área é exclusiva do guarda-redes: só ele a pode pisar. O atacante que entra na área é castigado com um livre; se for intencionalmente e não tiver a posse da bola, será livre de sete metros. O jogador que invadir a área restritiva, depois de ter lançado a bola, não está sujeito a qualquer punição, desde que não prejudique o adversário (por exemplo, atrapalhando a saída de bola).
Se a bola tocar no guarda-redes quando ele estiver dentro da área - e sair pela linha de fundo, é tiro de meta, e não canto. Só o goleiro pode cobrar o tiro de meta. Quanto às substituições, elas podem ser feitas a qualquer momento, mesmo com a bola em jogo.
O livre de sete metros é ordenado apenas com a execução de uma falta grave sobre o adversário. No momento de sua cobrança, os jogadores de defesa e ataque deverão permanecer atrás da linha de nove metros. O cobrador deverá manter um pé fixo na linha de sete metros, não podendo invadi-la ou mover este pé.
O lance livre é cobrado em mais casos do que o lance de sete metros: entrada ou saída irregular de um jogador; mau comportamento; faltas cometidas pelos jogadores na área de gol; recuo para o goleiro; faltas do goleiro; execução ou conduta irregular nos lances de lateral, escanteio, tiro de meta e sete metros; e atitude anti-desportiva.
Entre as punições, há, além dos cartões amarelo e vermelho, a punição de dois minutos, em que o jogador é obrigado a desfalcar seu time durante este período, sem poder ser substituído. A punição é geralmente aplicada a faltas desnecessárias e substituições incorrectas.
Se um jogador tomar o cartão vermelho (ou desqualificação), ele não pode permanecer no banco de reservas e seu time permanece durante dois minutos com um jogador a menos. Mais extrema que o cartão vermelho é a exclusão, utilizada apenas em casos de agressão física e verbal. O jogador excluído não é substituído até o final do jogo.

GLOSSÁRIO

ADVERTÊNCIA. Aviso feito a um jogador em caso de acção contrária ao espírito do jogo ou de irregularidades intencionalmente repetidas. A advertência faz-se mostrando ao jogador um cartão amarelo.
ÁRBITRO. O indivíduo encarregado de dirigir o encontro, vigiando o cumprimento das suas leis.
ÁREA DE BALIZA. Espaço compreendido en­tre a linha de baliza e a linha dos 6 m (ou LI­NHA DA ÁREA DE BALIZA).
ÁREA DE LIVRE. Espaço compreendido entre as linhas de 6 m (LINHA DA ÁREA DE BALIZA) e a linha de 9 m (LINHA DE LANÇAMENTO LI­VRE). Nenhum livre marcado contra a equipa que defenda poderá ser executado dentro desta área, excepto o LIVRE DE 7 m, ou penalty.
ARMAR. Pôr o braço e a bola em posição de passar ou rematar.
ATAQUE. Situação táctica em que uma equipa se encontra na posse da bola e tem por isso possibilidade de empreender acções ofensivas.
ATITUDE DE BASE. Forma de estar em jogo, tanto na defesa como no ataque, que permite ao jogador uma intervenção rápida.
BALIZA. Conjunto construído em madeira ou material sintético semelhante, com secção qua­drada de 8 cm. Todas as faces são pintadas com barras de duas cores diferentes da tabela de fundo. Nos dois ângulos superiores, as barreiras medem 28 cm e são da mesma cor; as res­tantes têm 20 cm. A baliza tem uma rede, de modo que a bola nela lançada não possa saltar para o exterior. A baliza é constituída por dois postes e uma barra transversal que os une, de­vendo medir no seu interior 2 m de altura e 3 m de largura e estar fixada ao solo.
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BARREIRA. A colocação de um ou mais joga­dores da defesa em frente de um lançador nos livres de 9 m.
BLOCO. Acção de parar um remate adversário.
BLOQUEIO. Acção de impedir a trajectória de um defensor, a fim de libertar um companheiro de equipa ou de lhe permitir o REMATE.
BOLA. Objecto de forma redonda, feito de um invólucro de couro ou de matéria plástica, de cor uniforme, contendo eventualmente uma câmara-de-ar de borracha. As bolas devem medir: para seniores e juniores masculinos, 58 a 60 cm de circunferência, pesando 425 a 475 g; para senhoras e juvenis, 54 a 56 cm de circunferência, pesando 325 a 400 g. As bolas tingidas, pintadas ou modificadas de uma outra, depois da fabricação, não são admi­tidas.
CAMPO VISUAL. Espaço determinado pela amplitude da visão periférica do jogador.
CANTO. O mesmo que LANÇAMENTO DE CANTO.
CHAPÉU. Tipo de remate em que o avançado, aproveitando a posição adiantada do guarda-redes, introduz a bola na baliza por cima da ca­beça deste.
CIRCULAÇÃO DA BOLA. Orientação das tra­jectórias da bola durante o ataque. CONCEITO DE JOGO. Interpretação pessoal de táctica por parte de um treinador e que a nível da equipa por ele treinada se reflecte pe­las características, e particularidades dessa mesma eguipa.
CONTRA-ATAQUE. Acção de passar o mais rapidamente possível da defesa ao ataque; apoiado, aquele em que participa mais do que um JOGADOR DE CAMPO, que, aproveitando a sua superioridade numérica em relação à defe­sa, trocando passes entre si, conseguem lançar a bola à baliza adversária; t directo, o que re­sulta de um passe do guarda-redes ao avançado que tenta marcar golo.
CORTINA. Protecção feita em movimento a um companheiro, a fim de o libertar de um ad­versário.
CRONOMETRISTA. Elemento que controla: a) a ocupação regulamentar da zona dos suplen­tes; b) a duração do jogo; c) a entrada e saída dos jogadores no terreno do jogo; d) os tempos de exclusão dos jogadores; e) a entrada em campo dos jogadores. Marca o fim da primeira parte e o fim do jogo.
CRUZAMENTO. Troca de posição entre dois avançados.
DEFESA. Situação táctica em que a equipa luta para conseguir a posse da bola e evita que o adversário marque golo.
DEFESA AGRESSIVA. Processo defensivo caracterizado por elevado número de acções e em que a defesa, além de evitar o golo, procura apossar-se da bola.
DEFESA A ZONA. Sistema defensivo em que cada jogador é responsável por uma superfície do terreno próximo da sua área de baliza.
DEFESA HOMEM A HOMEM. Sistema de­fensivo em que cada jogador é responsável pela marcação de um determinado adversário.
DEFESA INDIVIDUAL. O mesmo que DE­FESA HOMEM A HOMEM. DEFESA MISTA. Sistema defensivo em que alguns jogadores defendem à zona, e outro ou outros, homem a homem.
DEFESA PASSIVA. Processo defensivo ca­racterizado por pequeno número de acções e em que a defesa procura unicamente evitar o golo.
DESARME. Acção de tirar a bola ao adversá­rio.
DESLIZAMENTO. Acção defensiva em que um jogador, para fugir a um bloqueio, dá um passo à retaguarda, tendo por isso possibilidade de continuar a marcar o seu adversário.
DESLOCAÇÃO. Movimento efectuado pelo jogador dentro do terreno de jogo. DESMARCAÇÂO. Acção do atacante para fugir ao seu adversário directo. DESQUALIFICAÇÃO. Penalização que im­plica a saída do jogador, mas em que a equipa poderá continuar a jogar com o mesmo número de elementos no terreno, ficando no entanto com menos um suplente.
DEVOLUÇÃO DA BOLA PARA JOGO. Lançamento executado pelo guarda-redes na sequência de uma defesa. Deste lançamento pode obter-se directamente golo. DRIBLING. Acção de bater a bola contra o solo.
DUPLA DE ARBITRAGEM. Conjunto dos dois árbitros encarregados de dirigir o jogo.
ESTILO DE JOGO. Características da aplica­ção da técnica, da táctica e de ritmo de jogo comuns aos jogadores de uma equipa e mani­festadas durante os encontros. EXCLUSÃO. Penalização que implica a saída temporária (2 minutos) do jogador. A equipa durante esse tempo fica a jogar com menos um elemento.
EXPULSÃO. Saída definitiva do jogador. A sua equipa jogará o resto do tempo com menos um elemento.
FINTA. Movimento ou movimentos efectuados para desviar a atenção do adversário da acção prevista. Consiste num engano materializado numa ameaça realizável, com o objectivo de desencadear no adversário uma resposta que atrasará a sua actuação correcta.
FLUTUAÇÃO. Acção defensiva que consiste na deslocação frontal ou lateral de um jogador, a fim de impedir a concretização dos objectivos do ataque adversário.
GOLO. Obtém-se golo quando a bola ultra­passa completamente a linha de baliza, entre os postes, e desde que nenhuma falta tenha sido praticada pelo lançador ou pelos seus compa­nheiros de equipa.
IHF. Abreviatura de International Hand-Ball Federation (Federação Internacional de Ande­bol), organismo que superintende no andebol a nível mundial e que tem a sua sede em Basileia (Suíça).
INTERCEPÇÃO. Acção de agarrar a bola pas­sada entre dois adversários. INTERVALO. Período de repouso de 10 minu­tos entre cada um dos tempos regulamentares do jogo. Com o acordo de ambas as equipas, os árbitros podem reduzir o tempo de duração do intervalo.
JOGADOR DE CAMPO. Participante do jogo não actuando como guarda-redes.
LANÇAMENTO DE CANTO. Executa-se quando a bola ultrapassa a linha de baliza, por fora desta, tendo tocado em último lugar, antes de sair, num jogador da equipa defensora.
LANÇAMENTO DE GUARDA-REDES. Executa-se sempre que a bola ultrapasse a linha de baliza, fora desta, quando lançada pelos ata­cantes ou pelos guarda-redes da equipa defen­sora, ou quando a bola atinge directamente a baliza adversária a seguir a um lançamento de saída, lançamento lateral ou lançamento de guarda-redes. Deste lançamento não se pode obter directamente golo.
LANÇAMENTO DE SAÍDA. Lançamento que dá início ao jogo e é executado a partir do cen­tro do terreno. Deste lançamento não se pode obter directamente golo. LANÇAMENTO DO ÁRBITRO. O mesmo que bola ao solo. É marcado quando: a) os jo­gadores das duas equipas cometem uma irregu­laridade ao mesmo tempo; b) a bola toca no tecto ou em qualquer engenho fixado por cima do campo de jogo; c) o jogo é interrompido sem ter havido irregularidade e nenhuma equipa esteja de posse da bola; d) a primeira parte do jogo foi interrompida antes do tempo e os jogadores já tinham abandonado o campo.
LANÇAMENTO LATERAL. Executa-se quando a bola ultrapassa completamente uma das linhas laterais.
LINHA DA ÁREA DE BALIZA. Linha que de limita a área de baliza. É um segmento de recta de 3 m, traçado paralelamente à LINHA DE GOLO e a 6 m de distância desta, continuando em cada extremidade por um quarto de círculo de 6 m de raio, tendo por centro o ângulo inte­rior e posterior de cada poste da baliza. LINHA DE GOLO. Linha que une os postes da baliza e é marcada com a mesma largura destes (8 cm). O golo só é considerado quando a bola ultrapassa completamente esta linha.
LINHA DE LANÇAMENTO LIVRE. Linha de 3 m paralela à LINHA DE GOLO e a 9 m de dis­tância desta, continuada em cada extremidade por um quarto de círculo de 9 m de raio, tendo por centro o ângulo interior posterior de cada poste da baliza. É marcada a tracejado de 15 cm, com intervalos também de 15 cm.
LINHA DE PASSE. Linha imaginária de tra­jectória da bola que vai desde a mão do passa­dor até às mãos do jogador que vai receber o
PASSE
LINHA DE 7 M. Linha marcada a 7 m da linha de baliza de onde devem ser apontados os li­vres de 7 m.
LINHAS DE JOGO. Conjunto de jogadores de campo ou em movimento.
LINHAS LATERAIS. Linhas de 5 cm de lar­gura que unem as linhas de baliza nas suas ex­tremidades.
LIVRE DE 9 M. Livre marcado junto da linha de 9 m, marcada a tracejado. LIVRE DE 7 M. Vulgarmente conhecido por penalty, é o castigo máximo à distância de 7 m da linha de baliza.
ORIENTADOR. Indivíduo que durante o jogo dirige a equipa.
PASSE. Acção de enviar a bola a um compa­nheiro. Os passes mais utilizados são: a duas mãos, com ressalto, de pulso, de costas, de anca e de nuca.
PASSES 1. A duas mãos. 2. De costas. 3. De anca. 4. De nuca
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PASSOS. Diz-se da falta cometida pelo joga­dor que dá mais de três passos com a bola na mão.
PRIMEIRA LINHA DE ATAQUE. Conjunto de jogadores de campo que ao ataque actuam mais próximo da sua baliza.
PRIMEIRA LINHA DE DEFESA. Conjunto de jogadores de campo que na defesa actuam mais próximo da sua baliza.
RECEPÇÃO. Acção de agarrar a bola lançada por um companheiro.
KEMATE. Acção de lançar a bola à baliza ad­versária com a intenção de obter o golo. Os tipos de remate mais utilizados são: em suspen­são, em queda, em mergulho, em basculação, de ângulo aberto, em suspensão com bascula­ção e na passada.
REMATES 1. Em suspensão. 2. Em basculação. 3. Em queda. 4. De ângulo aberto. 5. Em mergulho. 6. Em suspensão com basculação
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REPOSIÇÃO DE BOLA EM JOGO. O mesmo que LANÇAMENTO DE GUARDA-RE-DES.
RITMO. Número de acções ofensivas ou de­fensivas efectuadas no decurso do jogo.
SECRETÁRIO. Elemento que controla a lista dos jogadores (só são qualificados os jogadores inscritos no boletim no início do jogo) e, com o cronometrista, a entrada dos jogadores no ter­reno do jogo. Preenche também o boletim de jogo, aí indicando os dados necessários (hora, golos, advertências, exclusões, expulsões e desqualificações).
SEGUNDA LINHA DE ATAQUE. Conjunto de jogadores de campo que ao ataque actuam mais próximo da baliza adversária.
SEGUNDA LINHA DE DEFESA. Conjunto de jogadores de campo que na defesa actuam mais próximo do centro do terreno. 7 M. O mesmo que LIVRE DE 7 M.
TÁCTICA. Conjunto de acções individuais e colectivas, organizadas e coordenadas racio­nalmente de uma forma unitária, dentro dos li­mites permitidos pelo regulamento e pela ética desportiva, com o fim de obter a vitória.
TÉCNICA. Domínio dos feitos e do manejo da bola.
TEMPO REGULAMENTAR. O tempo de du­ração do jogo. Para seniores masculinos, dois tempos de 30 minutos; para seniores femininos e juniores masculinos, dois tempos de 25 minu­tos; para os restantes escalões, dois tempos de 20 minutos.
TERRENO DE JOGO. O campo, de forma rectangular, compreende uma superfície de jogo e as suas superfícies de baliza e mede 40 m de comprimento por 20 m de largura. Excepcionalmente, as medidas podem ser 38,44 m de comprimento e 12,22 m de largura. TMK. Comissão da metodologia e do treino. Comissão existente no seio da IHF encarregada da divulgação da investigação surgida a nível de treino.

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TREINADOR. Indivíduo que prepara uma equipa para as competições.
TROCA. Acção defensiva em que dois jogado­res mudam de jogador a marcar, normalmente na sequência de um cruzamento.
VIOLAÇÃO. Entrada de um jogador de campo na área de baliza.

Andebol de praia

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DESCRIÇÃO


Como acontece com o voleibol de praia e o futebol de praia, o andebol de praia resulta do jogo de pavilhão. No andebol de praia, também, na tradição das variantes de modalidades desportivas, está em sintonia com a cultura e o estilo de vida que existe nas praias, encaixando perfeitamente no meio envolvente.
Jogado na areia por equipas de quarto jogadores – com quartos substitutos por equipa – a acção num pequeno recinto (27 por 12 metros) é rápida e às vezes furiosa.

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São dados pontos extra por golos espectaculares: pelos marcados em voo, de penalidade ou por um guarda redes.
Um jogo tem duas partes de 10 minutos. Existe sempre um vencedor no andebol de praia: aplica-se a regra do golo dourado se um jogo está empatado em cada meia-parte; se cada clube ganhar uma das partes, o jogo é decidido por marcação de penalidades – um jogador de campo contra o guarda-redes da equipa adversária.

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Remo


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International Rowing Federation
Fundado em 1892; 112 Filiados
Desporto Olímpico desde 1896

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HISTÓRIA

Desporto praticado em barcos, o remo tem origens pouco precisas. Há relatos de Virgílio, na Eneida, que descrevem uma regata de remos ou as supostas corridas entre os barqueiros do Nilo, no Egipto, que teriam competido para ganhar a honra de participar na procissão funerária do faraó. Alguns historiadores consideram que as primeiras competições entre barcos a remo começaram em Veneza, na Itália, em 1315, entre os gondoleiros.
Mais adiante, por volta de 1.700, os rios da Inglaterra ofereciam uma alternativa de locomoção, além do cavalo e as carroças. Naquela época, o meio de transporte fluvial era o preferido, já que as estradas ficavam intransitáveis constantemente por causa do mau tempo.
No início do século 18, quando a Grã-Bretanha contava com uma população de 6 milhões de habitantes, não menos de 400 mil barqueiros ganhavam a vida transportando mercadorias e pessoas no Tamisa, entre Windsor e Gravesend. Naturalmente, isso foi criando um clima de competição no rio. Os percursos rápidos tinham uma remuneração maior e, ocasionalmente, começaram a ser disputadas competições, com prémios especiais entre os barqueiros profissionais e os jovens da região.
Os primeiros clubes de remo foram fundados por jovens desportistas amadores que utilizavam o mesmo tipo de embarcação que os barqueiros. Muitas vezes, o clube era baptizado com o nome da embarcação utilizada pela equipe. Uma das mais prestigiosas agremiações daquela época era o Leander Club, que ainda hoje está em actividade.
A regata mais antiga de que se tem notícia foi realizada em 1716, na cidade de Londres, quando um famoso actor da época, Thomas Dogget, teve a ideia de criar uma regata que consagrava, a cada ano, o melhor barqueiro da cidade. A prova
ainda é disputada e se chama Dogget's Coat and Badge.

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Em 10 de julho de 1829, em Henley-on-Thames, se disputou a primeira prova da tradicional regata entre as Universidades de Oxford e Cambridge. Na época, mais de 20 mil espectadores viram o desafio desde as margens do Tamisa. O desporto britânico foi seguido nos Estados Unidos, onde as Universidades de Yale e Harvard se enfrentaram em 1852, em New Hampshire, sobre o lago Winnipesaukee.
A fundação de clubes, associações e sociedades interessadas na prática do remo provocaram a criação de federações nacionais e, depois, da FISA (Federação Internacional de Remo), fundada em 1892, que unificaria as regras do desporto internacionalmente.
Em Olimpíadas, o remo estava incluso no programa oficial da primeira edição, em Atenas-1896, mas uma forte ressaca, com ondas gigantescas, obrigou a anulação das provas. Assim, o desporto só fez sua estreia nos Jogos de Paris-1900. Naquele ano, a França dominou a competição vencendo seis das 14 medalhas em disputa.
Na edição seguinte, em Saint Louis-1904, os Estados Unidos foram ainda melhores que os franceses quatro anos antes, ficando com 13 das 14 medalhas em jogo. Em 1932, nos Jogos de Los Angeles, os sul-americanos conseguiram conquistar a primeira medalha no desporto, um bronze do uruguaio Guillermo Douglas. A partir daí, norte-americanos e britânicos revezaram-se entre os vencedores na história, com pequena vantagem para os atletas dos Estados Unidos.
Em 1976, nos Jogos de Montreal, o remo foi disputado pela primeira vez por mulheres, e os países europeus dominaram as competições. Na edição seguinte, em Moscou-1980, os Estados Unidos, que boicotaram os Jogos, ficaram sem medalhas pela primeira vez na história.Desde então, o desporto passou a contar com o domínio de novas potências no desporto, como Alemanha, Roménia, Canadá e Austrália. Entre os destaques individuais do desporto na história olímpica, brilharam os britânicos Steven Redgrave, único remador com cinco medalhas de ouro consecutivas, e Jack Beresford Wisnieswski Jr., também vencedor de cinco ouros, mas em Olimpíadas alternadas. Já entre as mulheres, quem se sobressaiu nas últimas edições dos Jogos Olímpicos foi a romena Rodica Arba, medalha de ouro em 1984 e 1988.

REGRAS

Este desporto é praticado em barcos nos quais os atletas utilizam remos para a impulsão, em raias com 2.000 m de distância (homens) e 1.000 m (mulheres). Normalmente, são nove raias, das quais apenas seis são utilizadas. Após o árbitro gritar a palavra "atenção", acende-se um sinal vermelho e, logo depois, o verde, acompanhado de um toque de campainha que sinaliza a largada.

Se acontecer uma "queimada" (quando se larga antes do aviso), é realizada uma nova largada. Se o mesmo barco queimar novamente, é desclassificado. Bóias ao longo do percurso marcam as distâncias.

O tamanho dos remos também varia de acordo com a modalidade. Nas provas de skiff, o atleta usa dois remos relativamente curtos. Já em outras provas o remo é mais longo, podendo chegar a quase 4 m de comprimento.

Dependendo do número de barcos inscritos em cada competição, são realizadas provas eliminatórias, das quais se classificam os 12 melhores barcos, que vão para as semifinais. Os eliminados nesta fase ainda têm mais uma chance na repescagem.

Provas

Homens:
Skiff Simples/ Skiff duplo/ Skiff quádruplo/ Dois sem/ Skiff duplo leve/ Quatro sem/ Quatro sem leve/ Oito com
Mulheres:
Skiff Simples/ Dois sem/ Skiff duplo/ Skiff duplo leve/ Skiff quádruplo/ Oito com

Regatas

As regatas são realizadas em linha recta, na distância de 2.000 m (para homens) e 1.000 m (para mulheres). Apenas seis barcos disputam cada prova. A largura das raias é de 13,5 m e são delimitadas por bóias coloridas. A profundidade mínima da raia em Olimpíadas é de 3,5 m.

Barcos

Skiff simples
Para homens e mulheres, em barcos de 8,20 m de comprimento e 14 kg, em que uma única pessoa maneja dois remos curtos.
Skiff duplo
Para homens e mulheres. O barco, de 10,40 m de comprimento e 27 kg, leva duas pessoas, com dois remos curtos cada uma.
Skiff quádruplo
Quatro pessoas, homens ou mulheres, com dois remos curtos cada uma, impulsionam uma embarcação de 13,40 m de comprimento e 52 kg.
Dois sem
Para homens e mulheres. Os barcos medem 10,4 m de comprimento, pesam 27 kg e levam duas pessoas com um remo longo cada uma.
Skiff duplo leve
Como no skiff duplo, mas com limite de peso. Homens não podem ter mais do que 72,5 kg e mulheres não podem ultrapassar 59 kg.
Quatro sem
Para quatro remadores, todos homens, com um remo longo cada um, em barcos de 13,4 m de comprimento e 51 kg.
Quatro sem leve
Como no quatro sem, mas com limite de peso. Homens não podem ter mais do que 72,5 kg e mulheres não podem ultrapassar 59 kg.
Oito com
Oito homens ou mulheres, com um remo longo cada um, mais o timoneiro, a bordo de um barco de 19,90 m e 96 kg.

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GLOSSÁRIO

ADERNAR. Tombar, inclinar.
AGUENTA. Voz de comando para os remado­res fazerem parar o barco, mergulhando verticalmente as pás dos remos na água.
ALAVANCA. Parte do remo que fica entre o TACÃO e o PUNHO.
ALCATRAZ. Peça que se prolonga a todo o perímetro do barco abaixo da borda, ligando as extremidades superiores das CAVERNAS (cabeços).
ANTEPARAS. Madeiras que dividem as cai­xas de ar do POÇO.
ARANHA. Engenho em tubo de aço que sus­tenta a FORQUETA.
ATAQUE. Entrada da pá do remo na água.
ATRACAR. Encostar o barco à ponte de em­barque.
BALIZAS. Postes ou bóias para delimitação da PISTA e da META.
BANCADAS. Tiras de madeira, presas ao ALCATRAZ, que constituem os suportes transver­sais das CALHAS do carrinho, ou SLIDE.
BOEIRA. Buraco por onde a caixa de ar comu­nica com o exterior.
BOMBORDO. Lado esquerdo, olhando para a PROA.
BORDA. V. FALCA.
BRAÇO. Reforço que vai da BANCADA à FALCA.
CACHOLA. Parte do LEME que liga à MEIA-LUA e fica perpendicular a ela.
CADASTE. Pequena peça de madeira que une a SOBREQUILHA aos ALCATRAZES e que termina o barco na sua parte posterior, onde, por vezes, vem ligar o LEME.
CALHAS. Pequenas travessas de madeira so­bre as quais desliza o SLIDE.
CANA. Parte do remo que fica entre a GAR­GANTA e o FORRO.
CANA DO REMO. Parte achatada do TACÃO do remo que encosta à FORQUETA.
CARANGUEJA. Prisão da pá do remo na água, por falta cometida pelo remador com o barco em andamento.
CARRINHO. V. SLIDE.
CASCO. Conjunto de madeiramento que cons­titui como que o invólucro do barco e que as­senta na água.
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CAVERNAS. Arcos que prendem e dão a forma ao madeiramento do CASCO.
CHUMACEIRA. Parte da TOLETEIRA onde as­senta o remo.
CIAR. Remar para trás.
CONTRAVENTAMENTO. Travessa oblíqua ao eixo do barco, indo de um ao outro DOR­MENTE.
COSTADO. Parte lateral do CASCO. COSTURA DO TACÃO. Parte onde o couro do FORRO se liga pelas extremidades.
DAR A BORDA. Adernar.
DORMENTE. Parte onde assentam as BAN­CADAS.
DOUBLE-SCULL. SHELL para dois remado­res, sem TIMONEIRO e de REMOS PARELHOS.
ESPINHA. Travessa que sustenta a TELA lon­gitudinalmente.
ESPINHA DA PÁ. Parte saliente ao longo do eixo da pá.
ESTIBORDO. Lado direito, olhando para a PROA.
FALCA. Tábua que termina o CASCO na borda e se estende a todo o comprimento do POÇO, e onde se vêm ligar as ARANHAS.
FIEL. Prego comprido que liga o LEME ao bar­co, enfiando pelos MACHOS-FÊMEAS.
FINAL. Saída do remo da água e acção que a precede imediatamente.
FORQUEIA. Aparelho metálico em forma de argola aberta, ao qual se pode imprimir um movimento de rotação sobre um eixo vertical e onde assenta o TACÃO do remo.
FORRO. Parte de couro mais delgada e extensa que o TACÃO.
GARGANTA. Parte mais delgada do remo.
GRAMPO. Pequeno cilindro (de aço) vertical que serve de eixo de rotação à FORQUETA. GUALDROPES. Cabos que partem da MEIA-LUA do LEME, vêm até ao GUARDA-PATRÂO e se destinam à manobra do leme
GUARDA-PATRAO. Tábua destinada a servir de encosto ao TIMONEIRO.
GUINADA. Desvio brusco no rumo do barco.
JUIZ-ÁRBITRO. O que fiscaliza os barcos em corrida, submetidos aos regulamentos da RE­GATA.
JUIZ DE CHEGADA. O que assinala os barcos que chegam à META.
JUIZ DE PARTIDA. O que dá o sinal e vozes de largada às tripulações que vão correr.
JÚRI. Grupo de indivíduos nomeados para apreciarem as provas e classificarem os competidores, resolvendo todos os assuntos referentes à REGATA.
LARGA. Voz de comando para LARGAR.
LARGADA. 1. Acto de sair do local de .partida. 2. REMADA em cadência rnais rápida, pró­pria para esse fim.
LARGAR. 1. Afastar a embarcação da ponte de embarque. 2. Acto de começar a remar. 3. Começo de REGATA (voz).
LEME. Aparelho destinado a controlar o rumo do barco.
LEVA REMOS. Voz de comando para deixar de remar, mantendo a pá do remo horizontal e à superfície da água sem pressão, e o remo perpendicular à linha longitudinal do barco.
MACHOS-FÊMEAS. Peças metálicas desti­nadas a ligarem o LEME ao CADASTE.
MÂO DE DENTRO ou INTERNA. A mão do remador que está colocada no PUNHO do remo do lado da ARANHA.
MÃO DE FORA ou EXTERNA. A mão do remador que está colocada no extremo do PU­NHO do remo.
MEIA-LUA DO GRAMPO. Peça metálica que prende o grampo.
MEIA-LUA DO LEME. Peça de madeira per­pendicular à PORTA e à CACHOLA do leme e onde se prendem os GUALDROPES, MEIA-NAU. 1. Parte média do barco. 2. Re­madores que têm lugar na parte média do barco.
META. Linha demarcada entre duas BALIZAS e perpendicular à PISTA, que assinala o fim do percurso da REGATA.
MIRÓMETRO. Aparelho especial que se co­loca no enfiamento da linha de chegada (META) para determinar com precisão o momento em que os barcos que se encontram em competição vão cortando essa linha.
PÉS DE CARNEIRO. Prumos que vão das BANCADAS à SOBREQUILHA.
PISTA. Local do percurso da REGATA.
POÇO. Lugar onde se instalam os remadores e a aparelhagem necessária.
POLÉ. Pode ser sinónimo de roldana, mas no caso presente significa prumo que sai horizontalmente de uma parede e se destina a sustentar os barcos, quando armazenados em terra.
POPA. Parte posterior do barco.
PORTA. Parte mais larga do LEME que fica mergulhada e tem influência directa no controle do rumo do barco.
PRANCHA. Pequeno cais flutuante que serve para embarque e desembarque.
PROA. 1. Parte anterior do barco. 2. Remador que fica atrás de todos os outros.
PUNHO. Parte do remo em forma de tronco de cone (quase cilíndrica e desprovida de verniz).
QUEBRA-MAR. Conjunto formado por duas tábuas em V que impedem a entrada de água para o POÇO.
RÉ. Lado da POPA.
REGATA. Competição entre dois ou mais bar­cos que têm como objectivo chegar primeiro à META.
REGEIRA. 1. Embarcação fundeada na linha de partida, com um tripulante que agarra a POPA de um barco que vai partir para mantê-lo parado até que seja dado o sinal de largada. 2. Bóia ancorada à qual se agarra o timoneiro de uma embarcação que vai partir, para mantê-la parada até ao sinal de largada.
REMA. Voz de comando para remar.
REMADA. Todo o movimento do remador de um a outro ATAQUE; ~ propriamente dita, tempo de apoio do remo na água.
REMAR. Acção de fazer andar o barco para VANTE com os remos.
REMO DE PONTA. Remo que o remador empunha com ambas as mãos (um por rema­dor).
REMO PARELHO. Remo que o remador em­punha com uma só mão (dois por remador).
RODA DE PROA. Peça de madeira que une a SOBREQUILHA aos ALCATRAZES e fecha o casco na sua parte anterior.
RUMO. Caminho, rota.

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SHELL. Termo inglês utilizado internacional­mente para designar um barco construído em tabuado liso, muito frágil, leve e comprido, fe­chado à proa e à popa por uma tela, geralmente plástica. Os remadores sentam-se atrás uns dos outros, no mesmo enfiamento, e cada remo está apoiado numa FORQUETA, montada numa ARANHA fora da borda do casco. É o barco de competição por excelência.
SKIFF. SHELL para um só remador e com RE­MOS PARELHOS.
SKIFFER. Remador de SKIFF.
SLIDE. Termo inglês que significa «deslizador» e se aplica modernamente ao banco mó­vel.
SOBREQUILHA. Peça de madeira que per­corre o fundo do barco da POPA à PROA pelo lado interno. Juntamente com as cavernas, forma como que o esqueleto do casco.
SOLA. Parte de cabedal, menos espessa que o TACÃO e junto a este, que envolve a CANA do remo.
SOTA. 1. Lado oposto à VOGA. 2. Qualquer remador que tenha o remo para esse lado. SOTA-PROA. Remador que fica à frente do PROA.
SOTA-VOGA. Remador que fica atrás do VOGA.
TACÃO. Parte de cabedal de maior espessura que envolve a CANA do remo na zona onde este se apoia na FORQUETA.
TANQUE. Pequena piscina destinada à apren­dizagem da mecânica da REMADA.
TELA. Pano impermeabilizado, em geral com verniz, que serve para fechar o casco na sua
Çarte superior.
TIMONEIRO. Homem ou mulher (mesmo em tripulações masculinas) que está encarregado de governar o LEME.
TOLETE. Prumo de aço que compõe a TOLETEIRA.
TOLETEIRA. Aparelho imóvel onde assenta o TACÃO do remo.
TOPO. Parte terminal do remo oposta à pá.
TRANCADELA. V. trancar.
TRANCAR. Fixar, durante alguns segundos, o LEME numa posição que faça um ângulo bem marcado com o eixo do barco.
VANTE. Lado da PROA.
VAU. Travessa que liga a ESPINHA ao ALCA­TRAZ.
VERDUGO. Delgada ripa em meia-cana que termina as TELAS pelo lado externo do CASCO. VINDA À FRENTE. Recuperação da posição de ataque.
VOGA. 1. Cadência de REMADA. 2. Remador que fica de costas para todos os outros e os guia; lado do barco para o qual fica o remo deste remador (em geral o lado direito do mes­mo).
VOZES DE LARGADA. Palavras regulamen­tares proferidas pelo juiz de partida e que são: «Senhores ... estão prontos ... larga.»
YOLLE. Barco de casco aberto, mais pesado que o SHELL, construído em tabuado trincado, isto é, resultante da sobreposição de cada tá­bua do casco na seguinte. Os remadores encontram-se uns atrás dos outros, não no mesmo enfiamento, mas alternadamente para a esquerda e para a direita. As FORQUETAS são apoiadas na própria borda do barco. Não é uti­lizado actualmente nas grandes competições in­ternacionais.

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sábado, 18 de julho de 2009

Vela

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International Sailing Federation
Fundada em 1907; 121 Filiados
Desporto Olímpico desde 1900

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HISTÓRIA

Na antiguidade, o iatismo - também conhecido como Vela ou Yachting - era utilizado como meio de transporte ou apenas uma actividade de lazer. O termo Yachting foi criado na Holanda, derivado da palavra "jaght" ou "jaght schip", que significa embarcação naval leve e rápida.

Como desporto, a vela foi introduzida na Inglaterra pelo rei Charles 2º na metade do século 17, logo após seu exílio na Holanda. Entusiasmado com a modalidade, ele começou a organizar competições em 1610. Um ano mais tarde, organizou a primeira competição realizada em águas britânicas, contra seu irmão, o duque de York.

Os mais antigos clubes dedicados às regatas a vela foram também criados no Reino Unido. Em 1720, foi fundado o Cork Harbour Water Club (atual Royal Cork Yacht Club). Em 1775, foi a vez do Cumberland Fleet, depois rebatizado Royal Thames Yacht Club. Em 1875, nasceu a Yacht Racing Association, criada com o objetivo de organizar e codificar os regulamentos para a realização de regatas no âmbito do Império Britânico. Seu primeiro presidente foi o príncipe de Gales, Eduardo 7º.

As regatas internacionais começaram em 1851, depois que um grupo do New York Yacht Club construiu uma embarcação de 30 metros baptizada de "América", que velejou até as Ilhas Britânicas para ganhar o troféu Coupe Hundred Guineas, disputado em um curso em volta da Ilha de Wigth, sob a organização do Royal Yacht Squadron. Este troféu, depois rebaptizado como Copa América - assim chamado não em homenagem ao primeiro vencedor, mas sim aos Estados Unidos -, é disputado anualmente e permaneceu em mãos dos norte-americanos até 1983, ano em que foi conquistado por uma embarcação australiana.

Em Olimpíadas, o desporto estava incluso no programa da primeira edição, em Atenas-1896. Porém, com as condições meteorológicas desfavoráveis da cidade grega, a vela teve sua estreia adiada. O mau tempo e o calendário apertado impediram a realização das provas naqueles Jogos. A vela só entrou no programa olímpico em Paris-1900 e tem se modificado como consequência da evolução dos próprios barcos, cada vez menores e com menos equipamentos a bordo.

Em Londres-1908, houve também provas de barcos com motores. A partir daí, o desporto entrou definitivamente para o programa olímpico. Em Paris-1924, as provas, até então exclusivamente masculinas, passaram a ter a presença de mulheres e as disputas tornaram-se mistas. As velejadoras, no entanto, participavam apenas como auxiliares.

Muito tempo depois, em Seul-1988, as mulheres ganharam uma prova exclusiva, na classe 470, com duas tripulantes. antes disso, apenas duas mulheres conseguiram ganhar medalhas: a britânica Dorothy Wright, ouro em Antuérpia-1920, e a francesa Virginia Hériot, também ouro, em Amsterdã-1928. Desde então, Estados Unidos, Grã-Bretanha, Noruega, França e Dinamarca figuram entre os maiores vencedores do desporto.

Nos Jogos de Sydney, em 2000, o desporto passou a se chamar oficialmente, em inglês, Sailing, no lugar de Yachting. Foi a primeira vez na história olímpica em que um desporto mudou de nome.

REGRAS

Os barcos são divididos em classes, segundo o formato, as especificações técnicas e o número de tripulantes. As classes que participam das Olimpíadas são: Finn, 470, 49er, Yngling, Tornado, Europa, Mistral (prancha a vela), Star e Laser. A Europa é disputada só por mulheres; a 470, por duplas masculinas e femininas; e a Mistral, por homens e mulheres.

As provas variam de regatas de pequena distância a travessias oceânicas. As regatas mais famosas são as de Newport (EUA) às Bermudas; de San Francisco (Califórnia, EUA) a Honolulu (Havaí); de Buenos Aires (Argentina) ao Rio de Janeiro (Brasil); de Sydney (Austrália) a Hobart (Tasmânia); e a The Volvo Ocean Race, antes conhecida como Whitbread, disputada em várias etapas ao redor do mundo.

Em Atenas, foram disputadas 11 regatas. Ao final de 5 provas, cada embarcação descarta seu pior resultado. Outro resultado é descartado após a nona regata. O competidor com menos pontos ao fim das 11 regatas leva a medalha de ouro.

Uma regata tem cinco fases: largada, contravento (etapa na qual os barcos rumam em direção à bóia de marcação), través (manobra de mudança de direção contornando a bóia), popa (parte do percurso em que os barcos buscam o local de chegada da regata) e chegada.

Três regras básicas tratam do direito de passagem de um barco em relação a outro durante a competição:

- Quando os barcos estão em amuras opostas, o barco que está com amuras a bombordo deve dar passagem para o barco de sotavento;

- Quando os barcos estão em mesmas amuras e em compromisso, o barco de barlavento deve dar passagem ao barco de sotavento;

- Quando os barcos estão nas mesmas amuras e não estão em compromisso, o safo de popa deve dar passagem ao safo de proa;

Em Atenas, vale a regra do 720, ou seja, os barcos que infringirem as regras de passagem podem voluntariamente dar duas voltas em seu próprio eixo e continuar na regata. Nas classes Tornado e 49er, uma volta basta.

É comum os competidores protestarem após a regata. A comissão de árbitros julga os protestos e determina desclassificações de barcos que cometeram irregularidades durante a regata.

Classes

Finn - Prova masculina, com a presença de apenas um velejador por barco, é realizada desde os Jogos Olímpicos de Helsinque-1952. O barco é um dos menores da modalidade, com 4,54 m por 1,50m e 145 kg. Sua vela tem 9,60m2 de área.

470 - Disputada por duplas masculinas e femininas, a prova foi incluída no programa olímpico em Montreal-1976, e desde Seul-1988 conta também com disputas entre mulheres. Em cada barco ficam dois tripulantes, o comandante e o proeiro. Cada embarcação tem 8,43m por 4,70m, pesa 115 kg e tem três velas.

49er - Classe que estreou em Sydney-2000, é disputada por dois tripulantes, sendo homens, mulheres ou duplas mistas. O barco mede 4,9m por 2,9m, tem 125 kg e possui duas velas, a maior delas com 15m2 de área.

Yngling - Classe feminina, faz sua estreia em Jogos Olímpicos em Atenas. Cada barco tem 6,35m por 1,73 m.

Tornado - Classe mais veloz da vela, é disputada em Olimpíadas desde Munique-1972. As provas são mistas e contam com dois tripulantes. Cada barco tem 6,09 m e pesa 136 kg.

Europa - Disputada só por mulheres, a Europa faz parte do programa olímpico desde Barcelona-1992. O barco é o menor da vela, com 3,34 m de comprimento e 63 kg de peso. Há somente uma tripulante por embarcação.

Star - Prova masculina para dois tripulantes, está nos Jogos Olímpicos desde Los Angeles-1932, ficando fora apenas de Munique-1972. Cada barco mede 6,92 m por 1,73 m e pesa 675 kg. A área do barco, que tem duas velas, é a maior entre os veleiros, com 27,6m2.

Laser - Prova mista, com um tripulante, é disputada em Olimpíadas desde Atlanta-1996. Cada barco tem 4,24 m por 1,3 m e pesa 60 kg. Sua vela ocupa 7,6m2. É o barco mais popular do desporto na actualidade.

Mistral - Disputada por homens desde Los Angeles-1984 e por mulheres desde Barcelona-1992, a classe lembra o windsurfe. As pranchas, cada uma para um tripulante, têm até 4,24 m e um vela.
O windsurf é um desporto aquático em que o atleta progride através da água em cima de uma prancha dotada de uma vela movida pelo vento e pela força das ondas. O pequeno tamanho da prancha, o seu peso reduzido e a força do vento possibilitam a obtenção de velocidades na ordem dos 80 quilómetros por hora.
O windsurfistas, ou velejadores, posicionam-se de lado na prancha e movem a vela e o mastro, através de uma barra horizontal, de modo a aproveitar o vento da melhor maneira, ao mesmo tempo que mexem o corpo para guiar a embarcação. O expoente máximo deste desporto acontece quando os atletas são capazes de velejar na crista das ondas, fazendo saltos com mais de dez metros de altura que possibilitam a realização de acrobacias no ar.
O windsurf surgiu em meados dos anos 60, quando o inventor britânico Peter Chilvers criou uma prancha com uma vela. Mas este desporto só se tornou mesmo popular em 1965, quando o norte-americano Hoyle Schweitzer, aproveitando uma ideia de Jim Drake, com quem trabalhou, decidiu combinar o surf com a vela. Os dois constataram que o maior problema do surf era ter de esperar pelas ondas e Jim lembrou-se de utilizar um mastro com uma vela. Em finais de 1968, patentearam a primeira prancha de windsurf, chamada "Windsurfer".
Quase de imediato o windsurf ganhou grande popularidade, mas os seus criadores estavam descontentes por terem de usar as velhas pranchas de fibra de vidro. Depois de várias pesquisas resolveram passar a utilizar pranchas de polietileno, um material mais barato e duradouro. Entretanto, a empresa que lhes fornecia esse material ficou tão impressionada com o uso que lhe era dado que publicou um artigo sobre o tema, o que levou à fama mundial do windsurf.
Em 1973, Schweitzer comprou a Drake metade da patente e nesse mesmo ano as pranchas passaram a ser também produzidas na Holanda. Em 1978 as vendas na Europa ultrapassaram as registadas nos Estados Unidos da América.
O windsurf passou assim a estar presente em todo o Mundo, disputando-se provas em dezenas de países. Em 1982 começou a realizar-se um circuito internacional constituído por dezenas de provas e, dois anos depois, a modalidade passou a fazer parte do programa dos Jogos Olímpicos, na edição decorrida em Los Angeles, nos Estados Unidos da América. Em 1992, em Barcelona, na Espanha, a vertente feminina também foi incluída no calendário olímpico.

GLOSSÁRIO

ABALROAR. Chocar, embater, quando refe¬rido a dois barcos.
ABATER. Andar de lado de uma embarcação devido à corrente, a ondas ou ao vento. ABATIMENTO. Ângulo formado pela direc¬ção da ESTEIRA da embarcação com o seu eixo longitudinal.
ADERNAR. Inclinar de uma embarcação à vela.
ADMIRALS CUP. Trofeu disputado em anos ímpares ao largo do Sul de Inglaterra, em bar¬cos de cruzeiro, agrupados em equipas de três, no máximo, representando cada equipa um país.
Actualmente é atribuída no final de uma sé¬rie de cinco regatas, incluindo o Fastnet, uma das mais antigas, mais famosas e mais difíceis regatas de iates em todo o Mundo.
Devido à quantidade e à qualidade dos barcos em competição, a Admiral's Cup é geral¬mente considerada como que o campeonato do Mundo por equipas dos barcos de cruzeiro. O exemplo da AdmiraTs Cup suscitou o apareci¬mento nos últimos anos de diversas outras competições de características semelhantes, como a Southern Cross Cup, em Sydney, Aus¬trália, a Onion Patch Series, em Newport, EUAj a Sardinia Cup, em Porto Cervo, Sarde¬nha, e a Clipper Cup, em Honolulu, Havai.
ADRIÇA. CABO que serve para içar bandeiras, velas ou VERGAS.
ADVERTÊNCIA. Tempo de ~, período de tempo que é iniciado dez minutos antes de uma LARGADA para uma REGATA, com um sinal sonoro e o içar da bandeira da classe a que a regata diz respeito, e que termina cinco minu¬tos antes da largada com um sinal sonoro e o içar da bandeira P do CIS, que assinala o início do tempo de PREPARAÇÃO.
AGULHA ou AGULHA MAGNÉTICA. Nome dado em náutica à bússola.
AGULHA DOIDA. Agulha pouco estável.
ALANTA. Nome dado à ESCOTA de BARLA¬VENTO de um SPINNAKER.
ALBOI. Tampa de uma ESCOTILHA.
ALHETA. Parte arredondada do COSTADO ou da BORDA imediatamente antes do PAINEL DA POPA.
AMANTILHO. CABO que sustenta o peso de uma VERGA.
AMARRA. Corrente de elos de metal que se utiliza no FERRO para FUNDEAR.
AMARRAÇÃO. Conjunto de FERROS, AMAR¬RAS, CABOS e bóia destinado à fixação de uma embarcação num porto de abrigo ou doca.
AMARRETA. Amarra de pequena BITOLA.
AMERICA'S CUP. Taça da América. É o mais antigo trofeu desportivo do Mundo que continua a disputar-se actualmente. O trofeu em si é um gomil de prata conquistado em 1851, numa regata em Cowes, Inglaterra, pelo iate norte-americano America; em 1857 os pror prietários deste doaram a taça ao New York Yacht Club e desde essa data o trofeu é conhe¬cido como America's Cup.
Em 1870 o proprietário de um iate inglês lançou, por intermédio do seu clube, um desafio ao New York Yacht Club para a disputa de uma regata, visando a reconquista da taça, no que não teve sucesso. A partir daí e até à actua¬lidade, os desafios têm-se sucedido da parte de diversos clubes de vários países (Reino Unido, Canadá, Austrália, França e Suécia), com in¬tervalos variáveis, mas nunca inferiores a três anos, apenas com interrupções devidas às duas grandes guerras; no entanto, os Norte-Ameri¬canos têm sempre conseguido sagrar-se vencedores, retendo o trofeu.
A partir do desafio de 1876, inclusive, a America's Cup é disputada apenas entre dois barcos, um challenger, ou desafiador, represen¬tando o clube que lança o desafio, e um defen¬der, ou defensor, representando o New York Yacht Club.
Desde 1958, data do recomeço da competi¬ção após o intervalo devido à II Guerra Mun¬dial, a taça tem sido disputada em barcos dese¬nhados e construídos segundo os parâmetros da classe DOZE METROS, da Regra Internacional.
Devido à sua antiguidade e também ao facto de nunca ter sido perdida pelos Norte-Americanos, a America's Cup adquiriu um prestígio que a toma, talvez, o mais importante e cobi¬çado trofeu do desporto da vela.
AMURADO ou COM AMURAS. Um barco navega amurado, ou com amuras, sempre que não estiver a VIRAR POR DAVANTE ou a VIRAR EM RODA.
AMURAR. Prender o PUNHO da amura de uma vela.
AMURAS. Partes arredondadas do COSTADO ou da BORDA imediatamente a seguir à PROA.
ANCORADOURO. Local que, devido às ca¬racterísticas do fundo do mar e proximidade de terra, é bom para FUNDEAR.
ÂNCORA FLUTUANTE. Espécie de saco có¬nico de lona destinado a fazer com que a em¬barcação fique de proa às vagas para mais fa¬cilmente aguentar mau tempo.
ANCOROTE. FERRO pequeno.
ANDAMENTO. Velocidade; com ~, que não está parado, o mesmo que com SEGUIMENTO. ANEMÓMETRO. Instrumento que mede a ve¬locidade do vento.
ANETE. Argola na extremidade da HASTE do FERRO onde se prende a amarra.
ANTEPARA. Parede transversal que divide o barco em compartimentos.
ANULADA, REGATA. Regata que o júri da mesma declara nula em qualquer momento de¬pois do sinal de LARGADA e que pode ser no¬vamente disputada ao critério do júri.
APARELHO. É o conjunto de todos os cabos, ferragens e velas de um barco, ou o conjunto dos acessórios indispensáveis para que o barco possa andar à vela.
APROAR. Dirigir a PROA para ou fazer RUMO a.
AQUARTELAR. CAÇAR a vela de proa por BARLAVENTO de modo a facilitar uma VIRA¬GEM POR DAVANTE.
ARDENTE, BARCO. É o barco que tem ten¬dência para ORÇAR.
ARINQUE. CABO que vai do FERRO a uma bóia, chamada de arinque, e que serve para assinalar a posição do ferro para o recuperar, no caso de se partir a amarra, ou ainda para facilitar o seu levantamento.
ARREIGADA. Local ou ferragem onde se faz a prisão de uma vela ou de um CABO.
ARRIBAR. Alterar do RUMO do barco, fa¬zendo aumentar o ângulo de entrada do vento com o eixo longitudinal do barco. Afastar a proa da linha do vento.
ÁRVORE SECA, NAVEGAR EM. Navegar sem velas, unicamente com a força do vento incidindo no ou nos mastros.
ATRACAR. Encostar o barco ao cais ou a ou¬tro barco.
AZIMUTE. Angulo entre a direcção norte-sul e a direcção pela qual se vê um objecto.
BABY STAY. Pequeno ESTAI que faz ARREI¬GADA no terço inferior do mastro, com a fun¬ção principal de controlar a curvatura deste e que não serve geralmente para ENVERGAR ve¬las.
BACK STAY. CABO ou varão de aço que sus¬tenta o mastro no sentido longitudinal, passado do GALOPE do mastro para a POPA, evitando que aquele caia para vante. A sua tensão sobre o mastro é normalmente regulável através de aparelhos de força ou MACACOS, mecânicos ou hidráulicos, ou de uma TALHA.

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BAILADEIRAS. Pequena ondulação provocada pelo encontro de correntes com diferentes direcções.
BALÃO, VELA DE. V. SPINNAKER.
BALAUSTRADA. Conjunto de BALAÚSTRES e VERGUEIROS.
BALAÚSTRES. Varões ou tubos metálicos, montados verticalmente na BORDA, com fura¬cões horizontais destinadas à passagem dos VERGUEIROS.
BALIZA. 1. Peças curvas transversais que da QUILHA vêm até à BORDA. Constituem com a quilha o «esqueleto» ou «ossada» de um casco. 2. Bóia com pau e bandeira ou simples balão de plástico cheio de ar, utilizados para a mar¬cação de um PERCURSO de REGATAS.
BALSA. Nome dado às JANGADAS SALVA-VIDAS, pneumáticas e de enchimento automá¬tico, transportadas a bordo de IATES.
BALSO. Equipamento destinado a içar um tri¬pulante ao topo do mastro para reparação de qualquer avaria. É constituído por uma tábua e quatro cabos, como um baloiço de criança, ou por uma cadeirinha de tecido ou lona forte.
BANCADA. Nome dado ao banco transversal que existe em pequenas embarcações. BARLAVENTO. Lado de onde sopra o vento ou lado oposto ao lado onde se encontra a RETRANCA da VELA GRANDE, em navegação normal.
BARRA DE ESCOTA. CALHA ou varão transversal onde desliza um CARRINHO pelo qual passa a ESCOTA da VELA GRANDE. Serve para controlar o ângulo da vela com a linha do vento. BARTEDOURO. V. vertedouro.
BASTARDO. Tipo de vela triangular ou quadrangular sustentada por uma longa VERGA que cruza obliquamente o mastro e que é presa à proa.
BATER. Referido a vela, significa ondulação da vela provocada pelo vento, quando aquela não está suficientemente CAÇADA, ou, quando à BOLINA, o barco navega mais ORÇADO que o RUMO de BOLINA CERRADA.
BEAUFORT, ESCALA DE. Escala que divide o vento em FORÇAS DE VENTO conforme a sua velocidade. Vai de 0 a 12, sendo a força 0 refe¬rida a um vento cuja velocidade é inferior a 1 nó (calma) e a força 12 a ventos cujas velo¬cidades são superiores a 64 nós (furacão).
BELICHE. Nome dado às camas a bordo de um barco.
BERÇO. Armação de madeira ou metal desti¬nada a suportar um barco quando em terra. BICHAS. Pequenos cabos destinados a prender uma vela que não está IÇADA mas está ENVER¬GADA.
BIG BOY. Vela utilizada a bordo de iates de regata que é içada na MAREAÇÃO de POPA a SOTAVENTO e por fora da VELA GRANDE, quando se utiliza o SPINNAKER. É uma vela que não é envergada nem em vergas nem em estais, ficando a «voar». Actualmente, em quase todos os países, esta vela é mais conhe¬cida pelo nome de shooter, ou blooper.
BIGODES. Nome dado por vezes à vaga de PROA quando a velocidade do barco é grande. BITOLA. Medida com que eram referenciados os cabos quanto à sua espessura. Era a medida do perímetro do cabo. Actualmente, os cabos são referenciados pelo seu diâmetro.
BLOOPER. V. BIG BOY.
BOCA. Maior largura de um barco. BOCA. Cabo à proa que serve para amarrar um barco.
BOEIRA. Orifício praticado na parte inferior do CASCO ou no PAINEL DA POPA que serve para esgotar a água de dentro do barco quando este vem para terra, ou que esgota a água do barco por efeito de sucção provocada por AN¬DAMENTO.
BOLACHA. Chapa metálica ou de plástico co¬sida no PUNHO da pena da VELA GRANDE. BOLINA. I. MAREAÇÃO em que o vento entra por vante do TRAVÉS. 2. Parte de um PER¬CURSO de uma REGATA efectuada contra o vento.
BOLINA CERRADA. Um barco navega à bo¬lina cerrada quando o mais CINGIDO ao vento que lhe é possível, por forma a ganhar BARLA¬VENTO com vantagem.
BOLINAR. Navegar progredindo contra o ven¬to, efectuando BORDOS.
BOLSA DA RÉGUA. V. saco da régua.
BOLSA DA VELA. V. SACO DA VELA.
BOMBORDO. Lado esquerdo de um barco quando se está voltado para a PROA.
BOOM JACK. Expressão inglesa utilizada em Portugal para designar um aparelho de força destinado a puxar para baixo o LAÍS da retran¬ca, com o fim de esticar a VALUMA da VELA GRANDE, alterando o perfil que esta vela apre¬senta ao vento.
BOOM VANG. V. BOOM JACK.
BORBOLETA. Armação utilizada na MAREA¬ÇÃO de POPA em que a vela de proa fica do BORDO contrário ao da RETRANCA da VELA GRANDE.
BORDA. Limite superior do costado.
BORDA FALSA. Tabuado vertical colocado à BORDA por cima do CONVÉS.
BORDEJAR, Navegar aos BORDOS.
BORDO. 1. Lado do barco. 2. Percurso efec¬tuado pelo barco com as mesmas AMURAS, isto é, com o vento entrando sempre pelo mesmo BORDO.
BORLA. Disco de madeira no TOPE de alguns mastros com GORNES para as ADRIÇAS de ban¬deiras.
BOTALÓ, PAU DE. Peça de madeira, hori¬zontal, projectada para ré, à altura da BORDA, à popa, destinada à fixação ou passagem da es¬cota das velas MEZENA ou CATITA.
BRANDAL. Cabo de aço que, de cada lado do mastro, vem à BORDA ou ao CONVÉS junto à borda, sustentando o mastro no plano transver¬sal;-" volante, brandal que da parte superior do mastro vem à borda, na zona do TRAVÉS ou da ALHETA, sustentando o mastro para barlavento e para ré. Existem aos pares, um para cada BORDO.
BUJARRONA. Vela de proa que enverga no estai da bujarrona; pau da ~, pau projectado para vante, pela proa, destinado a suportar o estai da bujarrona.

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BURRO. Cabo que é colocado no LAÍS da RE¬TRANCA e que vai à borda a vante, a fim de evitar uma CAMBADELA. Nome por vezes dado também ao GAIO do PAU DE SPINNAKER.
BÚSSOLA. V. AGULHA.
BUZINA. Aberturas na BORDA FALSA, nor¬malmente à proa e à popa, destinadas à passa¬gem de cabos.
CABEÇO. Forte peça metálica vertical, de forma cilíndrica, cuja base está solidamente CAVILHADA ao CONVÉS e que serve para dar VOLTA aos cabos de AMARRAÇÃO. Pode ser simples ou duplo.
CABO. Nome dado a todas as «cordas» exis¬tentes a bordo, com excepção da corda do sino. CABRESTANTE. V. molinete.
CABRESTO, Cabo de aço ou corrente que do LAÍS do PAU DA BUJARRONA vai à RODA DE PROA junto à LINHA DE ÁGUA para impedir que aquele suba quando é feita força no estai da BUJARRONA.
CAÇAR. Puxar pela ESCOTA de modo a trazer o PUNHO da escota de uma vela para uma posição mais próxima do plano longitudinal do barco.
CACHAPANA, ou VELA DE CAPA. É uma pequena vela triangular, de TEMPO, que en¬verga (v. ENVERGAR) no mastro em substitui¬ção da VELA GRANDE. Não enverga na RE¬TRANCA e é caçada por ESCOTA dupla para um ou outro BORDO.
CACHIMBO. Ferragem que liga a RETRANCA ao mastro.
CACHOLA. Parte superior do LEME onde se fixa a CANA DO LEME. CADASTE. Peça vertical ou ligeiramente in¬clinada, ligada à QUILHA, à POPA, que serve de apoio ao PAINEL DA POPA. CADERNAL. MOITÃO com duas ou mais ROLDANAS e igual número de GORNES, em que as ROLDANAS têm o mesmo eixo.
CAIMENTO. Inclinação do mastro no plano longitudinal, normalmente para RÉ. CAIR. Diminuição da velocidade ou FORÇA do vento.
CALHA. 1. Abertura praticada no mastro e re¬tranca, em toda a sua extensão, onde entra a TRALHA da vela quando é envergada. 2. Ferra¬gem em forma de cantoneira com perfis oval aberto, rectangular aberto,, em T de pé curto e largo ou ainda em X, onde correm, interior¬mente nos dois primeiros perfis e exteriormente nos outros dois, CARRINHOS ou SLIDES. CAMBADELA. VIRAGEM EM RODA muito rá¬pida, propositada ou inadvertida.
CAMBAR. V. VIRAR EM RODA.
CANA DO LEME. Peça de madeira, mais ou menos comprida, que encaixa na CACHOLA ou na parte superior da MADRE do leme. Serve para dar orientação ao leme, para GOVERNAR o barco.
CANCELADA, REGATA. É uma REGATA ANULADA que, por decisão do júri de regata, não será repetida.
CAPA. Um dos processos de aguentar mau tempo. Consiste em manter a PROA ou a AMURA apontada ao mar e ao vento, utilizan¬do-se normalmente a CACHAPANA ou VELA DE CAVIRÃO
CAPA. A capa pode ser seguida ou rigorosa, conforme o barco tem SEGUIMENTO ou apenas ABATE. Utiliza-se também na capa rigorosa a ÂNCORA FLUTUANTE, lançada pela proa para diminuir o ABATIMENTO.
CAPEAR. Pôr o barco de CAPA.
CAPELO. Extremidade superior da RODA DE PROA quando saliente acima da BORDA. CAPUCHANA. Cobertura de tela da BALSA ou cobertura sobre o POÇO, protegendo-o do vento e dos salpicos.
CARANGUEJA. VERGA superior de uma VELA LATINA quadrangular que se chama vela de carangueja.

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CARLINGA. Local de assentamento do PÉ do mastro.
CARNEIRADA. Pequenas cristas de espuma branca que existem nas vagas provocadas por vento de força 3, 4 ou 5 da ESCALA DE BEAU-FORT. Também chamadas carneirinhos. CARREGADEIRA. Cabo desde o CONVÉS ao PUNHO da pena de uma vela que é utilizado para arriar mais rapidamente essa vela.
CARRINHO. Espécie de cursor com rodas ou rolamentos que corre na CALHA que forma a BARRA DE ESCOTA e onde é fixo o MOITÃQ ou POLÉ inferior da ESCOTA da vela grande, CARRO. BERÇO pequeno com rodas destinado a pequenas embarcações.
CARTA. Representação plana de parte da su¬perfície do globo terrestre concebida especial¬mente para navegação.
CASCO. Invólucro exterior de um barco.
CASTANHA. Espécie de argola metálica, achatada e aberta superiormente, destinada à passagem e orientação de ESPIAS ou cabos para o exterior. São colocadas normalmente à PROA ou à POPA sobre a BORDA FALSA ou o CON¬VÉS.
CATAMARAN. Barco formado por dois cas¬cos unidos entre si por uma plataforma ao nível do CONVÉS. A cada um dos cascos é dado o nome de FLUTUADOR.
CATA-VENTO. V. GIROUETTE.
CATITA. Vela de ré do YAWL.
CATURRAR. Passar as vagas deixando que a proa bata na vaga, tirando bastante ANDAMENTO ao barco e levantando muitos salpicos.
CAVALO NO VENTO, A. Navegar o mais cingido ao vento possível.
CAVERNA. Parte inferior da BALIZA que serve de suporte ao fundo do casco. Por vezes, e erradamente, chama-se caverna à própria BA¬LIZA.
CAVERNAME. Conjunto das BALIZAS de um CASCO.
CAVILHA. Grande prego ou parafuso de rosca.
CAVILHADO. Fixo com CAVILHA ou CAVI¬LHAS.
CAVIRÃO. Parafuso que fecha a MANILHA.
CENTRO DE RESISTÊNCIA LATERAL. Ponto de aplicação da resultante de todas as forças que impedem o, ou oferecem resistência ao, deslocamento lateral do barco.
CENTRO VÉLICO. Ponto de aplicação da re¬sultante de todas as forças de vento que impulsionam o barco.
CHAMINÉ, EFEITO DE. Efeito de sucção a sotavento de uma vela, provocado por uma maior velocidade de escape de vento entre a vela referida e outra colocada a vante e a sota¬vento .
CHARRUA. V. CQR.
CHEGADA. Fim de uma regata. Um barco chega quando qualquer parte do seu casco, equipamento ou tripulação, em posição normal, corta a linha de chegada, vindo da direcção da última BALIZA do PERCURSO.
CHICOTE. Extremidade de um CABO.
CINGIDO. Orçado (v. ORÇAR).
CIS. Abreviatura do Código Internacional de Sinais, código que utiliza bandeiras para comu¬nicação à distância entre barcos ou entre barco e terra.
COCAS. Nome dado às voltas que se formam num cabo quando a ele é dada uma torção. COCHA. Torção dada aos CORDÕES que cons¬tituem um cabo ou torção dada ao próprio cabo quando é feito.
COLHEDOR. Pequeno cabo utilizado para prender um ESTAI ou BRANDAL às ferragens fixas no CASCO.
COMPASSO. Instrumento de NAVEGAÇÃO utilizado para medir distâncias na CARTA.
CONE DE SOMBRA. Espaço a SOTAVENTO de um barco à vela em que o vento sofre uma grande diminuição de intensidade. Esse espaço é, junto à água, de forma triangular, sendo o barco a base do triângulo e estando o vértice na direcção do VENTO APARENTE.
CONTRA-ESTAI. V. BACK STAY. CONVÉS. Parte superior, à altura da BORDA, de um CASCO total ou parcialmente fechado por cima.
CORDÃO. Fio COCHADO (v. COCHA) com que é feito um cabo.
CORRER. Um dos processos de aguentar mau tempo. Consiste em meter a POPA ou a ALHETA no vento e no mar e CORRER ou FU¬GIR à frente das vagas, utilizando o ESTAI DE TEMPO.
COSTADO. Parte lateral de um casco.
COSTEIRA. NAVEGAÇÃO costeira é aquela que é efectuada com base em observações para pontos em terra.
COSTURA. Trabalho da arte de marinheiro com que se ligam os CHICOTES de dois CABOS para os unir de forma permanente. Pode tam¬bém ser utilizada no chicote de um cabo para formar uma MÃOZINHA.
CQR. Tipo de FERRO muito generalizado a bordo de iates que é semelhante a um arado com uma HASTE comprida, daí o também chamar-se CHARRUA.
CROQUE, PAU DE. Vara de madeira compri¬da, com um ou dois ganchos metálicos numa extremidade, que serve para recolher da água CABOS ou bóias, como, p. ex., a AMARRA¬ÇÃO.
CRUZETA. A EXTENSÃO da CANA DO LEME constituída por uma vara de madeira ou tubo de alumínio ligado a esta cana por uma articulação e que permite governar o barco quando o TI¬MONEIRO faz PRANCHA.
CUNHO. Peça de metal ou madeira destinada a prender cabos.
CUNNINGHAM, OLHAL DO. Olhai colo¬cado junto da TESTA de uma VELA GRANDE ou do GURUTIL de uma vela de proa, acima do PUNHO da amura, destinado a possibilitar, através de um cabo que por ele passa, dar mais tensão à testa ou gurutil da vela, sem exceder os limites das dimensões a que esses lados das velas estão sujeitos por regras de classe.
CÚTER. Armação de um iate com um mastro que utiliza uma BUJARRONA, um ESTAI e uma VELA GRANDE latina triangular ou quadrangular.
DANFORTH. Tipo de ferro muito generali¬zado a bordode iates e pequenas embarcações. DECLINAÇÃO. Ângulo entre a direcção do meridiano terrestre e a direcção norte-sul magnética.
DEFENSA. Balão ou cilindro, geralmente de matéria plástica, destinado a ser colocado à BORDA, sobre o COSTADO, com o fim de o defender quando o barco está ATRACADO ou na AMARRAÇÃO, quando existirem outros barcos ao lado.
DERIVA. Distância andada por ABATIMENTO.
DESCLASSIFICADO. Barco que em regata infringe qualquer regra da mesma. É normal¬mente atribuída ao barco desclassificado uma pontuação pior que a do último barco que tenha chegado e semelhante ou igual à de qualquer barco que tenha desistido.
DESLOCAMENTO. Peso total do barco.
DESRIZAR. Tirar os RIZES.
DESVENTAR. Colocar outro barco à vela no CONE DE SOMBRA.
DESVIO. Ângulo entre a direcção norte-sul da AGULHA de bordo e a direcção norte-sul mag¬nética terrestre. É normalmente provocado pela existência de ferros a bordo que desviam a AGULHA.
DIAMANTE. Conjunto de dois pequenos VAUS projectados para as amuras, por vezes unidos entre si por um travessão do mesmo ma¬terial de que são feitos. São geralmente coloca¬dos no terço superior do mastro. DIFERIMENTO. Adiamento da hora de lar¬gada de uma regata.
DOZE METROS. Classe de barcos construídos segundo uma fórmula cujo resultado final tem de ser de 12 m. Esta regra produz barcos todos bas¬tante semelhantes, com um comprimento total que ronda os 19 ou 20 m e cujo peso se aproxima das 30 t. É em barcos desta classe que é actual¬mente disputada a AMERICA'S CUP. DRIFTER. GENOA com PUNHO da escota alto, feita de tecido muito fino e leve, destinada a ser utilizada com pouco vento.
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DROGUE. V. ÂNCORA FLUTUANTE.
EMBARCAÇÃO. Nome dado a um navio de dimensões relativamente pequenas. É o nome correcto daquilo a que vulgarmente se chama barco.
EMBORNAL. Abertura na BORDA FALSA para escoamento da água do CONVÉS.
ENCALMADO. Que se encontra numa zona sem vento.
ENCONTRO, LEME DE. Posição do LEME que leva o barco a ARRIBAR. ENFIAMENTO. Direcção definida por dois pontos em terra, ambos situados para o mesmo lado do barco.
ENORA. Abertura, praticada no CONVÉS, por onde passa o mastro.
ENVERGAR. Inicialmente, significava pren¬der a vela às VERGAS. Este termo degenerou e actualmente, além do significado anterior, sig¬nifica também preparar uma vela para içar. En¬vergar o ESTAI, p. ex., é GARRUNCHAR a vela de estai.
ENVERGUE. Cabo fino e comprido utilizado para ENVERGAR uma vela.
ENXÁRCIA. Conjunto dos OVÉNS a um bordo do barco.
ESCOTA. Cabo que serve para orientar as ve¬las. Toma o nome de escota da vela que orien¬ta. Ex., escota da VELA GRANDE, escota do ESTAI, etc.
ESCOTILHA. Abertura praticada no convés destinada à passagem de pessoas ou à entrada e saída de velas.
ESCOVEM. Tubo ou abertura nas AMURAS do CASCO destinada à passagem da AMARRA do FERRO.
ESCUNA. V. PALHABOTE. ESPIA. CABO forte utilizado na atracação para prender o barco à PROA (espia da proa) ou popa (espia da popa).
ESPICHA. Peça cónica de metal ou madeira utilizada no trabalho em cabos (arte de mari¬nheiro) para abrir a COCHA.
ESQUADRO DE NAVEGAÇÃO. Esquadro recto (90°), de plástico, com pega de madeira e graduação em graus, como um transferidor, uti¬lizado em NAVEGAÇÃO para a marcação ou lei¬tura de rumos na carta.
ESTÁDIA. Aparelho que permite medir a dis¬tância a que se está de um objecto desde que se conheça a altura desse objecto.
ESTAI. CABO de aço que sustenta o mastro para a PROA; ~ de encontro, v. BACK STAY; vela de-", vela triangular, de proa, que enverga no estai; -* de tempo, pequena vela de estai feita de tecido muito forte e utilizada quando há mau tempo.
ESTEIRA. 1. Lado inferior de uma vela. 2. Rasto que um barco deixa na água, à popa, provocado pela deslocação.
ESTIBORDO. Lado direito do barco, quando se está voltado para a PROA.
ESTICADOR. Peça constituída por um tubo metálico, fechado ou aberto lateralmente, ros¬cado nas extremidades com roscas de sentidos opostos onde entram dois parafusos. Com a ro¬tação do tubo, os parafusos aproximam-se ou afastam-se, esticando ou folgando o cabo onde o esticador está aplicado.

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ESTRALHEIRA. Aparelho de força constituído por dois CADERNAIS. A estralheira é simples quando os cadernais são um de dois gornes e outro de três gornes. Se os cadernais forem ambos de três gornes, a estralheira é DOBRADA.
ESTROPO. Conjunto de cabos ou correntes utilizado para levantar o barco num guindaste
EXTENSÁO DA CANA DO LEME. V. CRU¬ZETA.
EXTENSOLA. Vela alta, triangular, de entre mastros, com um lado envergando no mastro de vante e o PUNHO livre caçando (v. CAÇAR) num ponto alto do mastro da ré. É utilizada nos PALHABOTES.
FALCAÇA. Trabalho da arte de marinheiro por vezes efectuado nos chicotes de um CABO destinado a evitar que este se desfaça em COR¬DÕES.
FERRADEM. Peça fixa do aparelho do barco feita em metal, geralmente em aço inoxidável. FERRAR. Dobrar e enrolar uma vela de modo a ficar prolongada com a RETRANCA, atando-a depois com as BICHAS.
FERRO. Objecto pesado destinado a imobilizar o barco, prendendo-o ao fundo, feito em ferro, razão pela qual se generalizou a utilização da palavra «ferro» como substituição de ÂNCORA. FLOATER. SPINNAKER feito de tecido muito fino e leve, destinado a ser utilizado com muito pouco vento.
FLUSH DECK. Convés corrido, isto é, sem cabina ou SUPERSTRUTURAS.
FLUTUADOR. 1. Um dos cascos que formam o CATAMARAN ou um dos cascos laterais do TRIMARAN. 2. Saco de tela impermeável cheio de ar que se coloca, bem preso, dentro de pe¬quenos barcos à vela para impedir que estes se afundem depois de virados, funcionando por¬tanto como reserva de flutuação.
FOLGAR. Deixar sair ESCOTA de modo que o PUNHO da escota de uma vela se afaste do plano longitudinal do barco.
FORÇA DE VENTO. Classificação de ventos na ESCALA DE BEAUFORT conforme a sua velocidade.
FORRAR. Cobrir uma zona de trabalho de um CABO com um cabo mais fino de modo a pro¬teger essa zona, impedindo o seu desgaste.
FUNDEAR. Imobilizar o barco utilizando o FERRO.
FUNDO. Parte inferior do casco.
GACHETA. Nome dado ao cabo em que os CORDÕES são entrançados em vez de cochados (v. COCHA).
GAIO. Cabo que impede o PAU DE SPINNA¬KER de levantar e que normalmente parte do LAÍS deste pau para o CONVÉS junto ao bico da PROA.
GALOPE. Parte superior do mastro.
GARRAR. Diz-se que um FERRO está a garrar quando não UNHA e vem a reboque do barco, arrastando pelo fundo. O barco nestas condi¬ções vai à garra.
GARRUNCHO. Peça metálica ou plástica existente no GURUTIL das velas de proa que serve para ENVERGAR a vela no ESTAI.
GAVETOPE. Vela triangular que enverga no mastro por cima da CARANGUEJA nalguns bar¬cos com VELA GRANDE quadrangular.
GENOA. Vela de proa que, envergando no ESTAI, sobrepõe parcialmente a VELA GRAN¬DE, tendo portanto uma ESTEIRA mais com¬prida que a distância estai-mastro ao nível do CONVÉS.
GIBA. Vela de proa alta e estreita com punho da amura ou punho da escota alto que enverga no estai e cuja escota é caçada junto à ALHETA.
GIROUETTE. Nome francês, de utilização ge¬neralizada em Portugal, de um aparelho que in¬dica a direcção do vento. Espécie de cata-vento.
GOLA. Parte côncava de uma peça cilíndrica destinada a aconchegar voltas de cabo.
GORNE. Abertura da caixa do MOITÃO onde trabalha a roldana e por onde passa o CABO. GORNIR Passar um cabo por um GORNE.
GOVERNAR. Conduzir ou «guiar» o barco ac¬tuando no leme.
GRANDE, VELA. Vela que enverga no mas¬tro. No caso de existirem dois mastros, a vela grande é a vela que enverga no mastro de maior GUINDA.
GRIVAR. V BATER.
GUALDROPES. Cabos de aço ou correntes de ferro que comunicam ao LEME o movimento quando este é actuado por uma RODA DO LEME.
GUINCHO. Aparelho mecânico de força, mo¬vido manualmente por meio de alavanca ou manivela, ou electricamente, com um veio ho¬rizontal comunicando o movimento a uma roda especial onde engrena a AMARRA e a um tam¬bor com GOLA, utilizado na manobra de cabos. É o aparelho que se usa para levantar o ferro.
GUINDA. Altura de um mastro.
GURUTIL. É o lado da vela que enverga no estai, numa vela triangular de proa. Numa vela LATINA quadrangular é o lado superior da vela que geralmente enverga na CARANGUEJA.
HASTE DO FERRO. Parte mais comprida do ferro, tendo na extremidade superior o ANETE e na inferior os braços, as patas ou as unhas, conforme o tipo do ferro.
IATE. Embarcação de recreio, à vela, a motor ou ainda à vela e a motor, que tem como con¬dição de habitabilidade mínima acomodações, para a pernoita no seu interior, dentro de cabina fechada, para uma ou várias pessoas.
IOR. Iniciais de International Offshore Rule, conjunto de regras internacionais para a atribui¬ção de RATING a barcos da classe Cruzeiro, permitindo que barcos de diferentes tamanhos e formas possam competir juntos em regatas. A classificação final dessas regatas é dada pe¬los tempos corrigidos, que são os tempos reais da regata corrigidos pelo rating. Assim, o barco que ganha a regata nem sempre é o que chega à frente (menor tempo real), mas sim o que obtém o menor tempo corrigido.
IYRU. Iniciais de International Yacht Racing Union, autoridade máxima internacional que superintende no desporto da vela na parte de competição (regatas).
JANGADA SALVA-VIDAS. Embarcação pneumática que se enche automaticamente quando o seu invólucro é lançado ao mar e que se destina a transportar e a abrigar, por meio de uma CAPUCHANA, a tripulação ou parte da tri¬pulação de uma embarcação em perigo.
KETCH. Tipo de barco à vela com dois mas¬tros em que o mastro da ré é o mais pequeno e está normalmente situado a vante da RODA ou CANA DO LEME. Este mastro é o mastro da MEZENA e a vela que nele enverga chama-se mezena.
KICKING STRAP. V. boom jack.
KNOCKDOWN. Expressão inglesa utilizada para designar a situação em que um IATE se inclina a 90° ou mais, geralmente com o SPENNAKER içado.
LAÇADA. Nome que em náutica é dado ao nó vulgar.
LAÍS. Extremidade de unia VERGA.
LARGADA. Um barco larga quando, após o sinal de largada, qualquer parte do casco, tripulação ou equipamento corta a linha de largada na direcção da primeira BALIZA do percurso.
LARGO. 1. MAREAÇÁO em que o vento entra pelo TRAVÉS ou para ré deste. 2. Parte ou PERNA do percurso de uma regata na qual os barcos navegam com marcação de largo.
LARGO ABERTO. V. largo folgado.
LARGO FOLGADO. MAREACÂO em que o vento entra pela zona da ALHETA .
LASTRO. Peso colocado na parte inferior do barco ou no PATILHÀO destinado a baixar o centro de gravidade do barco.
LATINAS, VELA e VERGA. Velas que enver¬gam em VERGAS que, quando em repouso, ficam no plano longitudinal do barco ou velas triangulares de proa.
LEME. Superfície vertical, móvel em torno de um eixo vertical, mergulhada à popa que serve para orientar o barco.
LINHA. Nome dado ao cabo quando é muito fino; ~ de chegada, linha imaginária definida pela BALIZA de chegada e pelo MASTRO DE SINAIS do barco do júri, onde termina a rega¬ta; -" de largada, linha imaginária definida pela baliza de largada e pelo mastro de sinais do barco do júri, de onde é dada a «partida» para a regata.
LIVRE PELA POPA. Um barco está livre pela popa de outro quando o seu casco e respectivo equipamento, em posição normal, estão para ré de uma linha imaginária projectada pelo TRAVÉS do ponto mais à ré do casco ou equipa¬mento do outro, que se diz livre pela proa. LIVRE PELA PROA. V. LIVRE PELA POPA.
LÔ, LEME DE. Posição do LEME que leva o barco a ORÇAR.
LOBO, BOCA DE. Conjunto de peças de ma¬deira ou ferragem, no LAÍS de dentro da RETRANCA ou CARANGUEJA, em forma de for¬quilha, que permite a fixação da VERGA em causa ao mastro, abraçando-o até à sua PALHA.
MACACO ESTICADOR. V. ESTICADOR.
MADRE DE UM CABO. CORDÃO fino cen¬trai em volta do qual são cochados (v. CO¬CHA) os outros cordões para formar o cabo.
MADRE DO LEME. Eixo que comunica direc¬tamente o movimento de rotação ao leme. Veio do leme.
MANILHA. Peça de metal em forma de U ou ferradura, atravessada nas extremidades pelo CAVILHÀO. Utilizada para prender MOITOES, ESCOTAS, PUNHOS de veia a pontos fixos do CASCO ou APARELHO.

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MÂOZINHA. Alça de cabo feita com COSTURA.
MARCONI. Designação dada às velas grandes latinas triangulares.
MAREAÇÁO. Posição do eixo longitudinal do barco em relação à direcção do vento.

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MAREAR. Orientar as velas em relação à di¬recção de entrada do vento.
MARETA. Pequena ondulação provocada por vento e corrente de sentidos opostos.
MECHA. Parte mais fina do PÉ do mastro que entra na CARLINGA.
MENTIR. Diz-se que um barco mente a virar quando, após ter começado a ORÇAR com a intenção de VIRAR POR DA VANTE, a proa atinge a linha de vento e, por falta de ANDAMENTO, o barco ABATE e ARRIBA, ficando com as mes¬mas AMURAS que levava antes de ter iniciado a manobra.
MEZENA. Veia LATINA que enverga no mas¬tro da mezena de um KETCH.
MILHA MARÍTIMA. Unidade de distância no mar que mede 1852 m.
MOITAO. Caixa com roldana destinada a mu¬dar a direcção de tracção de um cabo.
MOLE. É um barco com tendência para ARRI¬BAR.
MOLINETE. Aparelho de força mecânico, constituído por uma base com eixo vertical onde roda um tambor com GOLA, que apenas tem um sentido de rotação, o dos ponteiros do relógio. O tambor pode ser movimentado por simples tracção do cabo que nele se enrolou ou por um sistema de engrenagens desmultiplicador do movimento de uma manivela que é apli¬cada, geralmente, no extremo superior do eixo. O molinete destina-se a CAÇAR cabos e a mantê-los caçados em virtude de só rolar num sen¬tido.
MORDEDOR. Ferragem constituída por uma base com dois eixos verticais onde trabalham dois excêntricos com molas fazendo força em sentidos opostos, apertando um excêntrico con¬tra o outro. Destina-se a prender ESCOTAS, que, passando entre os excêntricos, os abrem enquanto estiverem a ser caçadas (v. CAÇAR). Logo que se deixe de actuar na escota, os ex¬cêntricos, normalmente dentados, compri¬mem-na, prendendo-a. A escota é facilmente solta, bastando puxá-la para fora do intervalo entre os excêntricos.

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MOSQUETÃO. Peça de aço inoxidável em forma de uma espécie de argola que se pode abrir muito facilmente puxando um troço. É atada na extremidade da ALANTA e da ESCOTA do SPINNAKER e serve para prender estas ao spinnaker. Actualmente utiliza-se também bas¬tante nas ADRIÇAS, substituindo as MANILHAS.

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NAVEGAÇÃO. Arte ou ciência de determinar a posição de uma embarcação no mar e de a conduzir de um ponto para outro.
NAVIO. Construção flutuante de tamanho con¬siderável destinada a navegar.
NÓ. Unidade de velocidade no mar equivalente a uma milha por hora, ou sejam 1852 m/h.
OBRAS MORTAS. Parte do CASCO fora da água.
OBRAS VIVAS. Parte imersa do casco.
OBSTÁCULO. É qualquer objecto, incluindo barcos a navegar, suficientemente grande para obrigar um barco, que não esteja afastado dele mais do que um comprimento, a fazer uma al¬teração apreciável do seu RUMO para o passar por um ou por outro lado.
ODÔMETRO. Inicialmente, era o nome dado ao aparelho que media distâncias navegadas. Actualmente, o odómetro mede velocidades li¬das no indicador de velocidades e distâncias navegadas com leitura no totalizador do odóme¬tro.
OLHAI. I. Peça em arco solidamente fixada, destinada à passagem de cabos ou à fixação de aparelhos. 2. Ilhó colocado nas velas.
OLHO-DE-BOI. Abertura praticada no CON¬VÉS, tapada com vidro muito espesso, desti¬nada à iluminação do interior.
ORÇADA ou ORÇADELA. Alteração rápida de RUMO no sentido de ORÇAR.
ORÇAR. Alteração do rumo do barco, fazendo diminuir o ângulo de entrada de vento com o eixo longitudinal do barco. Aproximar a proa da linha de vento.
OVEM. Nome dado a cada um dos cabos que aguentam o mastro lateralmente, quando fazem ARREIGADA à BORDA, num plano que passa pelo mastro e que é perpendicular ao plano longitudinal do barco.
PAGAIA. Espécie de remo muito curto ou pá comprida utilizados nas pequenas embarcações à vela para impulsionar o barco quando há falta de vento ou quando as velas não estão içadas. «Remar» com pagaia chama-se pagaiar.
PAINEL DA POPA. Superfície plana, vertical ou ligeiramente inclinada que fecha o CASCO de alguns barcos à popa. Nas pequenas embar¬cações à vela é no painel de popa que são fixa¬das as ferragens de suporte do leme, pelo que este se chama exterior ou de painel.
PAIOL. Pequeno compartimento destinado à arrumação de material diverso tomando o nome do material que aí é arrumado. Ex., paiol de velas, paiol de cabos, paiol de amarra, etc. PALAMENTA. É o conjunto de peças soltas ou desmontáveis que, não fazendo parte da es¬trutura da embarcação, são contudo indispensá¬veis para a sua utilização.
PALHA. Grossura ou diâmetro de um mastro.
PALHABOTE. Barco com dois mastros, fi¬cando o de menor GUINDA a vante; este recebe o nome de TRAQUETE, podendo envergar uma EXTENSOLA e um estai de entre mastros ou simplesmente uma vela LATINA, MARCONI ou quadrangular, que se chama traquete. Também se dá o nome de escuna ao palhabote.
PANEIRO. Estrado de madeira no fundo do barco, dentro do POÇO ou da cabina.
PANGAIA. V. PAGAIA.
PANGAIO, REMO. V. pagaia.
PANOS. 1. Nome geralmente aplicado às ve¬las. 2. Tiras de tecido que, cosidas umas às ou¬tras, constituem uma vela.
PATESCA. MOITÂO com abertura e fecho late¬ral da caixa que permite GORNIR o cabo pelo SEIO.
PATILHAO. Superfície vertical imersa no plano longitudinal dos barcos à vela, com a função de aumentar a área de resistência late¬ral. Pode ser fixo ou móvel e ser feito de vários materiais, como madeira, fibra de vidro, alumínio, ferro ou chumbo. Os patilhões móveis são de LEQUE quando para subir ou descer; ro¬dam em torno de um eixo horizontal ou de GUILHOTINA quando sobem ou descem verti¬calmente. Os patilhões fixos têm normalmente a função de baixar o centro de gravidade do barco, além da do aumento da área de resistên¬cia lateral. Assim, são geralmente feitos em ferro ou chumbo.

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PAU DE ESPICHA. Vara que é empregue para esticar o GURUTIL de uma VELA LATINA quadrangular, apoiando o lais superior no PU¬NHO da pena da vela e o inferior num cabo passado ao mastro. Uma vela que é envergada com o pau de espicha chama-se VELA DE ESPICHA.
PAU DE PALANQUE. V. pau de spinna
PAU DE SPINNAKER. VERGA baixa utili¬zada para afastar o PUNHO da escota de BARLAVENTO de um spinnaker. O LAIS interior é apoiado no mastro e o lais de fora é fixo pela ALANTA, ADRIÇA e GAIO. É também utilizado para afastar para barlavento o punho da escota de um ESTAI ou GENOA, quando armados em BORBOLETA.
PÉ DO MASTRO. Parte inferior do mastro.
PENOL. V. pique.
PERCURSO. Itinerário a ser cumprido pelos barcos numa regata. Pode ser estabelecido em volta de duas ou três bóias chamadas balizas ou, em caso de regatas de cruzeiro, consistir na ligação de um ponto da costa a outro; — olím¬pico, percurso triangular estabelecido em volta de três balizas, constituído pelas seguintes PERNAS com esta ordem: BOLINA, LARGO, largo, bolina, POPA e bolina.

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PERNA DO PERCURSO. Trajecto entre duas balizas do percurso. Costuma ser referenciada pela MAREAÇÃO a utilizar nesse trajecto.
PERNO. Pequena peça metálica cilíndrica, tendo numa extremidade uma parte arredon¬dada mais saliente a servir de batente e na outra um rasgo com chaveta ou simplesmente um ori¬fício, perpendicular ao eixo do cilindro, desti¬nado à entrada de um TROÇO ou de uma argola para efectuar o travamento. Destina-se a fazer a união de peças metálicas perfuradas. PICADEIRO. V. berço.
PIQUE. LAIS de fora da CARANGUEJA ou ADRIÇA que iça esse lais, dando à carangueja maior ou menor inclinação. Ao lais de fora da carangueja é dado também o nome de PENOL. PLANAR. Um barco plana quando, devido às formas do casco e à velocidade atingida, au¬menta a força de impulsão que mantém o barco à superfície, o que reduz sensivelmente as obras vivas. A consequente diminuição da área molhada origina uma diminuição da resistência ao avanço, que, por sua vez, se traduz num aumento de velocidade. Assim, o barco passa a «deslizar» sobre a água a grande velocidade; começa ou arranca a planar, efectuando um plananço ou planadela.
POÇO. Abertura grande no convés destinada a comportar os tripulantes da embarcação.
POLÉ. Caixa de MOITÃO com um GORNE e duas roldanas que trabalham no mesmo plano, sendo uma de maior diâmetro que a outra. Tem a mesma utilização que o CADERNAL. PONTAL. Altura do interior do casco medida desde a face superior da QUILHA à face inferior do VAU do convés.
POPA. 1. Parte posterior do barco. 2. MAREAÇÃO em que o vento entra pela popa; ~ arrasada, mareação de popa em que a direcção do vento coincide com o eixo longitudinal do barco.
PORTA. Parte do leme que está mergulhada e que efectivamente serve para orientar o barco. PRANCHA, FAZER. Nos barcos à vela pe¬quenos, os tripulantes têm de contrariar o ADERNAR do barco não só para que ele não se vire, mas também para que o PATILHÁO esteja o mais perpendicular possível dentro da água. Têm portanto de fazer prancha, isto é, com os pés presos dentro do poço, em cintas, esticam-se para fora da BORDA de BARLAVENTO, ten¬tando ficar, o mais possível, com o corpo hori¬zontal, a fim de, com o seu peso fora da borda, contrariarem a inclinação do barco.

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PREGUIÇOSA, AGULHA. Agulha pouco sensível.
PREPARAÇÃO, TEMPO DE. Intervalo de cinco minutos antes do sinal de largada de uma regata. É anunciado o seu início com um sinal sonoro e o içar da bandeira P do CIS, no mas¬tro de sinais do barco do júri. Com o início do tempo de preparação começam a vigorar as re¬gras de regata.
PROA. 1. Parte anterior do barco. 2. Tripu¬lante de um barco encarregado da manobra das velas de proa.
PROTESTO. Documento apresentado ao júri de regata por um concorrente em que se dão a conhecer incidentes ou factos que são, ou se supõe serem, violações às regras de regata, praticados por um outro concorrente.
PRUMO DE MÃO. Peça de chumbo, em forma de tronco de pirâmide quadrangular, com uma concavidade na base, pesando cerca de 4 kg. Na extremidade superior é presa uma li¬nha, graduada normalmente em braças, com nós, que se chama SONDAREZA. O conjunto destina-se à medição de profundidades e a con¬cavidade na base é cheia com sebo, permitindo indicar qual a natureza do fundo por aquilo que vem agarrado ao sebo.
PÚLPITO. V. VARANDIM.
PUNHO. Vértice de uma vela. Nas velas lati¬nas triangulares os punhos são: da amura, infe¬rior a vante; da escota, inferior para ré; da pe¬na, superior. Nas velas latinas quadrangulares os punhos são: da amura, inferior para vante; da escota, inferior para ré; da boca, superior para vante; da pena, superior para ré; fazer o ~, prender o punho de uma vela às VERGAS, à AMURA, à ESCOTA OU à ADRIÇA.

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QUEBRA-COSTAS, ESCADA. Escada verti¬cal formada por dois cabos paralelos com de¬graus de madeira, utilizada em iates para subir para bordo quando se está a tomar banho.
QUEBRA-MAR. Peça vertical ou inclinada para vante, em U ou em V abertos, de vértice para a proa, colocada sobre o convés, a vante do mastro e do POÇO, nas pequenas embarca¬ções e destinada a proteger o poço da água que porventura possa subir acima da proa.
QUERENA. V. obras vivas.
QUILHA. É a peça longitudinal a meio da parte inferior do casco que serve como coluna vertebral do barco. Termina a vante com a RODA DE PROA e à ré com o CADASTE. Nal¬guns barcos à vela, a QUILHA tem uma altura considerável para baixo da parte inferior do CASCO, fazendo o efeito de PATILHÁO, poden¬do, nalguns casos, ter LASTRO de ferro ou chumbo fixado na parte inferior.
RADIAL HEAD. Tipo de SPINNAKER em que a parte superior é constituída por PANOS estreitos triangulares que partem radialmente do punho da pena, sendo a parte média e inferior feita de panos horizontais. É utilizado para a marcação de POPA.
RATING. Coeficiente de abono atribuído a barcos de cruzeiro que pretendam efectuar rega¬tas, após medição completa do barco, equipa¬mento e velas. É normalmente utilizado como unidade de medida o PÉ, sendo o rating ex¬presso em unidades e décimos de pé num certi¬ficado de medição que consta de folhas de computador com as dimensões medidas. Este certificado é condição necessária para a inscrição do barco em regatas. V. também IOR.
REACHER. GENOA de punho da escota alto utilizada para as marcações de BOLINA folgada entre 40° e 85° de ângulo de entrada de vento aparente.
REDONDA, VELA E VERGA. Vela quadrangular que enverga numa verga que na situação de repouso cruza com o mastro no sentido transversal BOMBORDO-ESTIBORDO.
REFREGA. Aumento súbito da velocidade do vento, em faixas estreitas ou «corredores», em zonas de velocidade de vento praticamente constante.
REFRESCAR. Referido a vento, significa au¬mento da velocidade deste.
REGATA. Competição ou corrida de barcos à vela. Existem dois tipos fundamentais: regatas por abonos e regatas por classe. As regatas por abonos são regatas em que concorrem simulta¬neamente barcos de diferentes tipos e classes, tendo sido atribuído a cada um deles um coefi¬ciente de abono. Ganha a regata o barco que obtiver o menor tempo corrigido. V. IOR. Nas regatas por classes, os barcos concorrentes per¬tencem todos à mesma classe, correndo em tempos reais, isto é, o primeiro barco a chegar ganha a regata, desde que não tenham sido apresentados protestos contra ele, julgados fa¬voravelmente.

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REGEIRA. Chama-se regeira a um cabo que amarra o barco a um cais ou a outro barco e que, saindo da popa, vai para vante — regeira de popa — ou, saindo da proa, vai para ré — regeira de proa. Às regeiras é por vezes dado o nome de spring.
RÉGUA. Tala de madeira ou de fibra de vidro que é introduzida nos SACOS DAS RÉGUAS existentes nalgumas VALUMAS de velas, desti¬nada a dar forma e rigidez à vai uma.
REMO DE ESPARRELA. Remo comprido e forte existente a bordo de alguns barcos (iates) que se destina a GOVERNAR o barco quando se parte ou avaria o leme.
REPIQUETE. BORDO muito curto que é feito muito perto do obstáculo ou baliza que se pretende passar ou RONDAR.
REPUXO. Espécie de luva sem dedos, de ca¬bedal, que tem no sítio da palma da mão uma rodela em ferro picotada e que serve para em¬purrar a agulha de coser velas ou cabos. RETORNO DE ESCOTA. MOITÃO forte mente fixo no convés ou BORDA FALSA desti¬nado à passagem de ESCOTAS. Situa-se nor¬malmente para ré do MOLINETE onde a escota vai ser passada.
RETRANCA. VERGA onde enverga a ESTEIRA de algumas VELAS LATINAS.
REVESSA. Corrente contrária ou de muito menor intensidade numa zona de corrente.
RIZAR. Manobra de reduzir a área de PANO com o fim de poder manter o barco relativa¬mente direito quando o vento refresca.
RIZES. Pequenos cabos que, passando por OLHAIS existentes na vela e amarrando geral¬mente à RETRANCA, permitem reduzir a área de pano exposta ao vento.
RODA DA PROA. Peça, geralmente curva, vertical ou ligeiramente inclinada, que, ligada à QUILHA, fecha o casco à proa.
RODA DO LEME. Roda ou «volante» com que se governa a embarcação quando o leme é utilizado sem CANA DO LEME. O movimento da roda é comunicado à MADRE DO LEME por GUALDROPES.
ROLA, IR A. Diz-se que um barco vai à rola quando segue sem governo, abatendo por acção da corrente ou do vento. Utiliza-se também a expressão «ir à DERIVA».
ROLDANA. Roda espessa, com uma GOLA em semicírculo em todo o seu perímetro, destinada a mudar a direcção de tracção de um cabo.
RONDAGEM. Passagem dos barcos em regata pelo lado obrigatório de uma baliza do percurso.
RONDAR. 1. Efectuar a rondagem da baliza.2. Puxar, meter dentro, ou CAÇAR, um cabo.3. Alteração lenta e contínua na direcção do vento.
RUMO. Ângulo entre a direcção norte-sul e a direcção definida pelo caminho percorrido pelo barco; fazer ~ a, ir em direcção a, APROAR.
RUNNER. Espécie de BRÁNDAL VOLANTE improvisado, com o fim de sustentar o mastro quando há mau tempo.
SACO DA RÉGUA. Bolso feito com o mesmo tecido da vela que existe nas velas que usam RÉGUAS, destinado a conter estas.
SACO DA VELA. «Concavidade» máxima da superfície curva de uma vela quando cheia. Uma vela plana tem pouco saco; uma muito côncava tem muito saco.

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SAIA DA VELA. Parte inferior da vela junto à ESTEIRA. O termo «saia» só costuma ser apli¬cado nas velas de proa.
SALTO DE VENTO. Mudança repentina na direcção do vento. O vento escasseia ou fecha quando a mudança de direcção é no sentido da proa e alarga ou abre quando a mudança de di¬recção é no sentido da popa.
SAPATILHO. Peça de metal, redonda ou em forma de alça, com GOLA, usada para a protecção de MÃOZINHAS de cabos.
SEGUIMENTO. Um barco tem ou está com seguimento quando não está parado em relação à água.
SEIO DE UM CABO. É a parte ou porção central de um cabo ou toda a parte do cabo que não pode ser considerada como extremidade (chicote).
SHOOTER. V. BIG BOY.
SKIPPER. Nome dado ao comandante de uma embarcação de recreio.
SLIDE. Peça de metal ou plástico que, cosida a intervalos regulares na TESTA ou na ESTEIRA da vela grande, permite ENVERGAR a vela no MASTRO ou na RETRANCA, correndo os slides nas calhas aí existentes.
SLOOP. Tipo de barco à vela com um mastro envergando uma VELA GRANDE e uma GENOA ou ESTAÍ.
SOBRELADEADO. Um barco está sobreladeado ou existe sobreíadeamento entre dois barcos quando nenhum deles está LIVRE PELA POPA.
SONDAREZA. Linha do PRUMO DE MÃO, SOTAVENTO. Lado do barco oposto ao lado de onde sopra o vento.
SPI. Abreviatura de SPINNAKER. Termo ge¬ralmente utilizado em Portugal.
SPINNAKER. Vela triangular com muito SACO e feita de tecido muito fino. Utilizada nas marcações a partir de BOLINA folgada. É mon¬tada com o PUNHO da escota de BARLAVENTO no LAÍS do PAU DE SPINNAKER, ficando lan¬çada para vante do ESTAI. Existem spinnakers, de variadas formas e talhes de pano, sendo uti¬lizados em diferentes MAREAÇÔES ou FORÇAS de vento.
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SPINNAKER STAYSAIL 1. GENOA com PUNHO da pena muito baixo utilizada quando está o SPINNAKER içado. Era uma vela que se usava na altura do aparecimento do spinnaker com o nome de brá. 2. Qualquer vela de proa destinada a ser utilizada juntamente com o spinnaker, excepto o blooper.
SPRING. V. REGEIRA.
STARCUT. SPINNAKER feito com PANOS que partem radialmente dos três PUNHOS da vela, formando ao centro uma figura de estrela de três pontas, apontando cada ponta a um punho. É uma vela muito pouco deformável, e de to¬dos os spinnakers é o que tem menos saco, ra¬zão por que é utilizada para BOLINAS folgadas e LARGOS.
SUPERSTRUTURA. Designação dada a cons¬trução acima do convés, como, p. ex., a cabina.
TALHA. Aparelho de força que utiliza um MOITÃO e um CADERNAL de dois GORNES (ta¬lha singela) ou dois cadernais de dois gomes (talha dobrada).
TALINGADURA, MANILHA DE. É a MANI¬LHA que prende a AMARRA ao FERRO.
TALINGAR. Acção de prender o cabo do ferro ou a amarra ao ferro.
TALL-BOY. Vela triangular muito estreita e alta que AMURA por vante do mastro a uma BORDA e é caçada com a ESCOTA passada à borda oposta. Costuma ser içada nas MAREAÇÕES de LARGO e POPA com o fim de pro¬vocar o EFEITO DE CHAMINÉ com a VELA GRANDE. Actualmente é já pouco utilizada.
TELL-TALES. Pequenos fios de lã ou tiras de tecido muito fino colocados a diversas alturas, geralmente junto do GURUTIL das velas da proa ou na VALUMA da vela grande de um e do outro lado desta, que indicam com muita precisão quando é que uma vela está bem mareada (v. MAREAR).
TEQUE. Aparelho de força constituído por dois MOITÕES.
TIMONEIRO. Tripulante que governa a em¬barcação. Especialmente em embarcações tripu¬ladas por dois tripulantes, é muitas vezes utili¬zado o termo «leme» em substituição de timoneiro.
TOPE. Extremidade superior do mastro.
TORNEL. Nome que se dá a um «destorcedor» aplicado numa AMARRA, num MOITÃO ou num MOSQUETÃO.
TRALHA. Cabo que é cosido aos lados das ve¬las para lhes dar resistência ou permitir o seu ENVERGAR em CALHAS.
TRANCAR O LEME. Virar o leme todo para um BORDO.
TRAPÉZIO. Equipamento constituído por um cabo de aço, com pega e argola no chicote inferior e uma espécie de BALSO de tecido com um gancho chamado cinto de trapézio, que permite ao PROA de uma embarcação à vela FAZER PRANCHA, pondo os pés na borda e ficando suspenso pela cintura pelo cabo de aço que tem ARREIGADA na parte superior do mastro.
TRAQUETE. Mastro de vante de um PALHA-BOTE, ou ESCUNA, ou vela que enverga nesse mastro.
TRAVÉS. 1. Zona da BORDA ou COSTADO compreendida entre a AMURA e a ALHETA. 2. "Nome dado ao cabo de amarração que sai de bordo perpendicularmente ao eixo longitudinal do barco; pelo ~, perpendicularmente ao eixo longitudinal do barco.
TRIMARAN. Barco constituído por três cas¬cos: um central, geralmente maior, e dois late¬rais, mais pequenos, chamados flutuadores.

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TRINCA, NAVEGAR A. Navegar A CAVALO NO VENTO, muito CINGIDO, ou ORÇADO. TRIRRADIAL. SPINNAKER feito como o STAR¬CUT, mas que se diferencia daquele por ter na parte central PANOS horizontais. É uma evolu¬ção bastante recente do starcut e por ser pouco deformável é utilizado em mareações do LARGO à ALHETA.
TROÇO. Nome dado à peça que em mecânica se chama cavilha de virar, ou golpilha.
UNHAR. Diz-se que um ferro unha quando en¬terra a pata, na extremidade da qual está a UNHA, na areia ou lodo, segurando o barco ao fundo.
UNHA. Parte do ferro que entra na areia ou lodo e que está ligada à pata (parte mais larga do ferro) e que pela sua área vai oferecer uma grande resistência ao arrastamento, segurando o barco ao fundo.
VALUMA. Lado exterior de uma vela entre o PUNHO da escota e o da pena.
VARANDIM. Armação fixa em tubo ou varão metálico à proa ou à popa, fortemente fixa ao convés ou à borda falsa, destinada a dar protec¬ção à tripulação quando trabalha junto a esses extremos da embarcação. Aos tubos verticais mais afastados da popa e da proa ligam-se geralmente os VERGUEIROS, pelo que o varandim está por vezes incluído no termo «balaustrada».
VAUS. 1. Peças de madeira ou metálicas colo¬cadas simetricamente, uma para BOMBORDO e outra para ESTIBORDO, a meia altura no mas¬tro, que se destinam a afastar deste os BRAN-DAIS ou OVÉNS e a fazer com que o ângulo entre o mastro e o cabo de aço aumente, a fim de dar maior eficiência à sustentação do mastro. 2. Peças de madeira transversais, de borda a borda de um casco, que servem de apoio ao convés.
VELA. Conjunto de tiras de tecido (os PANOS) cosidas umas às outras que, quando convenien¬temente MAREADO, imprime movimento ao barco à vela.
As velas começaram per ser tecidas em fi¬bras naturais, tendo depois passado a ser utili¬zadas as fibras artificiais (dacron, terylene, ny-lon). Actualmente já existem velas feitas de filmes plásticos colados a tecidos de fibras muito resistentes como o kevlar, que formam um material praticamente indeformável e, por¬tanto, ideal para a construção de velas.
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VELA CHEIA. A vela está cheia quando está enfunada por vento e não está a BATER.
VELA DE ESPICHA. VELA LATINA quadrangular cujo PUNHO da pena é sustentado pelo PAU DE ESPICHA.
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VELEJADOR. Desportista que pratica vela.
VELEJAR. Navegar em barco à vela.
VENTO APARENTE. Vento que se sente a bordo de um barco resultante da soma do vento real com o vento provocado pela deslocação do próprio barco.
VERDUGO. Peça de madeira, boleada e sa¬liente, que, colocada no COSTADO, da PROA à POPA, logo abaixo da BORDA, protege aquele no caso de pequenos toques laterais do barco. VERGAS. Peças compridas, de madeira ou alumínio, que servem para prender e esticar ve¬las. A operação de colocação da vela na verga chama-se ENVERGAR.
VERGUEIROS. Cabos que atravessam os BA¬LAÚSTRES e que normalmente têm os CHICO¬TES presos aos VARANDINS.
VERTEDOURO. Pá de madeira ou plástico, estreita e funda, com pega, destinada a tirar água do fundo dos barcos.

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VIGIA. Abertura no costado ou na cabina, fe¬chada com vidro ou plástico, que se destina à entrada de luz para o interior. «Janelas» do barco.
VIRAR. Inclinação do barco maior ou igual a 9(P, isto é, com o mastro na água.
VIRAR DE BORDO. Mudar de AMURAS. Este termo emprega-se muitas vezes com o signifi¬cado de VIRAR POR DA VANTE.
VIRAR EM RODA. Mudar de AMURAS, pas¬sando a linha de vento pela popa. Um barco começa a virar em roda no momento em que, com o vento a entrar pela popa, a ESTEIRA da VELA GRANDE passa pelo plano longitudinal do barco e acaba quando a vela grande fica cheia no outro BORDO. V. CAMBAR.
VIRAR POR DAVANTE. Mudar de amuras, passando a linha do vento pela proa. Um barco começa a virar por davante a partir do mo¬mento em que a sua proa ultrapassa a linha do vento e termina quando a sua VELA GRANDE fica cheia no outro BORDO.
VOLTA, PASSAR. Processo de ligar cabos a CABEÇOS, ANETES DE FERRO, CUNHOS, etc.
XADREZ. Nome dado ao PANEIRO constituído por ripas de madeira cruzadas entre si.
YAWL. Tipo de barco à vela com dois mas¬tros, em que o mais pequeno fica a ré da RODA ou da CANA DO LEME. O mastro da ré é pro¬porcionalmente mais pequeno que o do KETCH e à vela que nele enverga chama-se CATITA.



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