terça-feira, 9 de junho de 2009

Esgrima

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Fédération Internationale d'Escrime
Fundada em 1913; 108 Filiados
Desporto Olimpico desde 1896

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HISTÓRIA

Objectos semelhantes a espadas são utilizados pelo homem desde a pré-história. Ciente de sua inferioridade física em relação a determinados animais, o ser humano reforçou suas 'armas naturais' com utensílios de sua própria criação. Com o domínio da técnica de fabricação, as armas evoluíram de um simples pedaço de pau às espadas de metal, passando pela rudimentar pedra. A princípio usadas para caça, esses artefactos começaram a serem utilizados para defender-se de outros homens, propiciando seu desenvolvimento.

A espada mais antiga que se conhece é a descoberta na tumba de Sargon - primeiro rei de Ur - toda feita de bronze, com mais de 50 séculos. Já os testemunhos mais antigos sobre a esgrima referem-se aos princípios teóricos do uso dessas armas na antiga Índia, onde apareciam nos livros sagrados os nomes de 32 tipos de espadas, sabres, lanças e dardos.

Na Grécia antiga os exercícios corporais e os jogos de guerra tiveram grande importância. Vários tipos de esgrima foram praticados nas antigas Olimpíadas e nos importantes Jogos Ístmicos. Houve, inclusive, escolas em que se cultivava o uso da espada, chamadas Hopleomades. Porém, o desenvolvimento fundamental da esgrima aconteceu na cidade de Esparta.

Na Idade Média, encontra-se as bases do desporto como é conhecido actualmente. Por volta do século XII, a esgrima conseguiu um lugar importante entre os demais meios de defesa. No início do século XVI, a nobreza começou a frequentar as salas de armas e Henrique VIII ordenou, inclusive, a formação de uma corporação de todos os mestres de armas. Esses mestres ensinaram as primeiras noções teóricas aos jovens da nobreza. Posteriormente, na Espanha, foi inventada uma espada mais leve - o florete -, que deu origem a uma nova forma de luta e, como consequência, à elaboração de novas regras. A arte passou depois para a Itália, onde alcançou notável desenvolvimento - sobretudo na afamada Escola Napolitana -, e, dali, alcançou a França, onde foi melhorada ainda mais, alcançando a elegância que caracteriza a escola francesa.

Na Espanha e na França foram escritos os tratados mais antigos da esgrima. Jaime Pons, Pedro de la Torre e Pedro Moncilio foram os primeiros a demonstrar que a esgrima era uma arte. O Conde Koenigsmarken, da Polónia, inventou em 1860 a espada de folha plana, bem próxima à utilizada nos dias de hoje. Um ano depois, nos Estados Unidos, o doutor Graeme Harmond transformou a esgrima em desporto de competição.

As máscaras utilizadas pelos esgrimistas apareceram no século XVIII. Apenas no final do século seguinte foram determinadas as oito posições indicadas para as paradas, explicando claramente as posições do punho, braço etc. Ainda na mesma época, com a volta dos Jogos Olímpicos, iniciou-se verdadeiramente a esgrima esportiva unificada com o incentivo do barão Pierre de Coubertin.

Em Atenas 1896, as provas de esgrima foram disputadas por 13 atiradores representando quatro países, nas modalidades de florete e sabre.

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A espada só entrou no programa oficial olímpico a partir de 1900. Quatro anos depois foi criada a primeira confederação de esgrima. A Federação Internacional foi fundada em 1913. Desde então, italianos, russos, húngaros e franceses dominam o desporto em Olimpíadas em provas masculinas. Em 1924 surgiu a primeira competição feminina, de florete. Nas provas entre mulheres: Itália, Hungria, União Soviética e França são os maiores vencedores da história.

Em Sydney-2000, nas três modalidades de competição: florete, espada e sabre, os italianos levaram cinco medalhas: três de ouro e duas de bronze. Os russos facturam três ouros e um bronze. Já os franceses ficaram com uma de ouro, quatro de prata e uma de bronze.

REGRAS

Regras gerais - Nos Jogos Olímpicos, as competições de esgrima são disputadas em eliminação directa simples. Ou seja, perdeu, está fora. Há disputas em três tipos de armas: o sabre, a espada e o florete. Com qualquer um dos instrumentos, ocorrem torneios individuais e por equipes, formadas por três atletas de cada país. A diferença básica entre a categoria masculina e feminina, nas Olimpíadas, é que as mulheres não competem nas provas por equipes no florete e sabre.

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Pontuação - Os pontos são marcados toda vez que as armas tocam ou raspam o corpo do atleta. Na espada, a ponta é retrátil e qualquer toque, dos pés à cabeça, é valido. Já no florete a ponta da arma só pode tocar o tronco do adversário. No sabre, qualquer raspão acima da cintura já vale ponto. Os lados da arma também são válidos para tocar o corpo do adversário.

Pontos electrónicos sem fio contam os toques. Quando o atleta à esquerda da mesa toca seu adversário em uma região válida, a luz verde é acesa. Quando é o atleta à direita que toca o oponente, acende-se a vermelha. Se o golpe atingir uma região do corpo que não é válida, uma luz branca é acesa.

Individual - Nesta disputa, é vitorioso o atleta que atinge 15 pontos, ou quem tiver a maior pontuação ao final de três tempos de três minutos cada. Se o tempo terminar e a disputa estiver empatada em menos de 15 pontos, disputa-se uma prorrogação de um minuto até alguém marcar um ponto.

Equipes - Cada uma é formada por três esgrimistas. Quando um dos atletas atinge cinco pontos, entram outros dois para continuar o combate, seguindo o placar deixado pelo companheiro, e assim por diante, até que uma das equipes chegue a 45 pontos.

Infracções - As faltas mais constantes na esgrima são o corpo-a-corpo e a saída da pista de 14 m de comprimento por 1,5 m ou até 2 m de largura, além de dar as costas para o adversário e usar a mão não armada.

Punições - Ao cometer uma falta, o atleta recebe um cartão amarelo. Na reincidência, recebe um cartão vermelho, o que acarreta um ponto a favor do adversário. No caso de uma falta mais grave, o atleta pode chegar a receber o cartão preto, que determina sua expulsão ou exclusão da prova.

Uniforme - Os esgrimistas são os únicos atletas olímpicos que usam roupa dos pés à cabeça. Coletes reforçados defendem o tronco. As luvas garantem as mãos, e a máscara protege o rosto e a cabeça. A maior parte da roupa é feita de materiais muito resistentes, como Kevlar e outros derivados do carbono, que são utilizados em coletes à prova de balas.

GLOSSÁRIO

ACÇÃO COMPOSTA. Acção executada em vários movimentos.
ACÇÃO SIMPLES. Acção executada num único movimento, quer directo (na mesma LI¬NHA), quer indirecto (numa outra linha).
AFUNDO. Extensão dada à GUARDA para atingir o adversário.
ANALISE. Operação intelectual que consiste em decompor oralmente a FRASE DE ARMAS para determinar qual dos dois ATIRADORES é tocado.
ARRESTO. Acção contra-ofensiva simples.
ASSALTO. Combate cortês entre dois esgri¬mistas sem ter em consideração o resultado. ASESSOR. Assistente do presidente do júri cuja função consiste em assinalar a validade e materialidade do TOQUE.
ATAQUE. Acção ofensiva inicial executada pelo alongamento do braço, ameaçando conti¬nuamente a superfície válida do adversário.
ATIRADOR. Designação sinónima de esgri¬mista.
AVANÇADAS. Termo que define todas as partes do corpo mais próximas do adversário (mão, antebraço, etc.) antes da cabeça e do tronco.
BALANCEIRO. Peça metálica, colocada a se¬guir ao punho, destinada a ligar os constituintes da arma e a equilibrá-la.
BALESTRA. Conjugação de um salto à frente seguido de FINTA.
BARRAGE. Desempate entre dois ou mais ATIRADORES de uma POULE.
BATIMENTO. Acção preparatória de ATAQUE que consiste em atingir a lâmina adversa por meio de uma pancada seca e brusca, com a fi¬nalidade de a desviar.
BRAÇO ARMADO. Braço portador da arma.
CHAMADA. Pancada sonora dada com o pé da frente no terreno e que precede ou acompa¬nha os movimentos de ATAQUE.
CIRCULAR, PARADA. Também chamada contrária ou contra, é a PARADA que conduz o ferro à posição de partida depois de a ponta ter descrito um círculo em torno da arma do adver¬sário.
COMBATE APROXIMADO. Situação do AS¬SALTO em que os dois ATIRADORES estão co¬locados a distância curta sem contacto dos cor¬pos.

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CONTRA-ATAQUE. Acção contra-ofensiva simples ou composta executada após um ATA¬QUE do adversário.
CONTRAFIO. Parte oposta do FIO, no pri¬meiro TERÇO da lâmina de sabre.
CONTRA-OFENSIVA. Conjunto de acções que são executadas após uma OFENSIVA do ad¬versário.
CONTRA-RESPOSTA. Acção ofensiva le¬vada a efeito após a PARADA da resposta do adversário.
CONTRATEMPO. Toda a acção executada pelo atacante sobre um ARRESTO do seu adver¬sário.
CONVITE. Gesto que consiste em descobrir-se voluntariamente.
COQUILLE ou GUARDA-MÃO. Parte meta liça circular e convexa destinada a proteger a mão.
CORPO A CORPO. Situação em que se en¬contram dois ATIRADORES logo que os seus corpos ficam em contacto.
CORRIDA. Preparação de ATAQUE que con¬siste em fazer deslizar o ferro ao longo do ferro do adversário, alongando o braço.
CORTE. Acção ofensiva simples, executada passando a lâmina por cima da ponta da arma adversa.
CRUZAMENTO. Chama-se a uma preparação de ATAQUE por PRISÃO DE FERRO em que se ampara a lâmina do adversájio numa LINHA alta para a transportar para a linha baixa do mesmo lado.
DEFENSIVA. Conjunto de acções destinadas a enfrentar a OFENSIVA do adversário, compreen¬dendo: PARADAS, ESQUIVAS e DESLOCAMEN¬TOS.
DESENVOLVIMENTO. Extensão do braço coordenada com a FINTA.
DESLOCAMENTO. Movimento do ATIRA¬DOR ao longo da PISTA.
DESTAQUE. Ataque simples feito com mu¬dança de LINHA (pelo caminho mais curto), se¬guido de uma ESTOCADA DIRECTA.
DISTÂNCIA. Intervalo que separa dois ATI¬RADORES.
DOIGTE. Qualidade que permite dosear as contracções e relaxamento dos dedos sobre o punho da arma, de forma a manejá-la com maior agilidade e velocidade.
ENGAGEMENT. Acto pelo qual, estando-se em GUARDA, os FERROS se cruzam, tocando--se quer pelo FRACO, quer pelo TERÇO médio da lâmina.
ENVOLVIMENTO. PRISÃO DE FERRO em que, amparando-se na lâmina do adversário numa dada LINHA, se leva o FERRO deste (sem o abandonar) para a mesma linha por um mo¬vimento circular da ponta.
ESPADA. Arma de duelo, de lâmina rija e de secção triangular, de maior GUARDA-MÃO, em que é permitido tocar de ESTOQUE em qualquer parte do corpo.
ESQUIVA. Maneira de evitar um TOQUE des¬locando rapidamente o corpo.
ESTOCADA DIRECTA. Ataque que se efec¬tua na linha (em que as lâminas estão cruzadas) deixada aberta pelo adversário.
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. Linha alta. 2. Linha de dentro. 3. Linha bai¬xa. 4. Linha de fora

ESTOQUE, TOCAR DE. Tocar com a ponta da lâmina no adversário.
ELIMINAÇÃO DIRECTA. Fórmula de compe¬tição em que os ATIRADORES são eliminados depois de uma derrota ('duas derrotas se houver repescagem).
FERRO. Sinónimo de lâmina.
FINTA. Simulação de uma acção ofensiva, de¬fensiva ou contra-ofensiva, destinada a tirar partido de uma reacção ou de uma ausência de reacção por parte do adversário. FIO. Gume cortante do sabre.
FLECHA. Passo em que o pé da retaguarda ul¬trapassa o da frente, provocando um desequilí¬brio do corpo que auxilia a velocidade do ATAQUE, assim prolongado em CORRIDA. A flecha destina-se a atacar de longe.
FLORETE. Arma de lâmina de secção quadrangular, flexível, de GUARDA-MÃO reduzido, que toca de ponta, ou de estoque, e se joga de acordo com convenções estabelecidas.
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FORTE (da lâmina). TERÇO da lâmina mais próximo do GUARDA-MÃO.
FRACO (da lâmina). Primeiro TERÇO da lâ¬mina a contar da ponta da arma.
FRASE DE ARMAS. Encadeamento de ac¬ções ofensivas, defensivas e contra-ofensivas no decurso de um combate.
FUSTIGAMENTO. Pressão rápida e brusca que se exerce do FRACO ao FORTE da lâmina do adversário com o fim de o afastar lateral¬mente.
GUARDA. Posição favorável que o ATIRADOR assume, pronto para executar uma acção ofen¬siva ou contra-ofensiva ou para parar.
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GUARDA-MÃO. V. coquille.
LIGAMENTO. PRISÃO DE FERRO em que se encosta a lâmina à do adversário para a trans¬portar progressivamente de uma linha alta para a linha baixa oposta, ou vice-versa. LINHA. Porção do espaço considerada relati¬vamente à mão do ATIRADOR e na qual este maneja a arma;— alta, espaço acima da mão;"" baixa, espaço abaixo da mão;* de fora, espaço à direita da mão (para atiradores destros); ~ de dentro, espaço à esquerda da mão (para atira¬dores destros).
MATCH. Combate em que se tem em conta o resultado.
OFENSIVA. Conjunto de acções destinadas a tocar o adversário.
OPOSIÇÃO. Acção ao FERRO do adversário em que se toma a lâmina adversa e se parte progressivamente para o ATAQUE na mesma li-
OPOSIÇÂO, PARADA DE. PARADA executada sem choque sobre a lâmina adversa, mantendo-a em contacto.
PARADA. Acção defensiva feita com a arma, de forma a impedir que o adversário consiga um toque.
PISTA. Parte delimitada do terreno sobre a qual se desenrola o combate.
POULE. Fórmula de competição em que vários ATIRADORES são agrupados de modo a joga¬rem todos uns com os outros, para estabelecer uma classificação.
PRESIDENTE DO JÚRI. Árbitro ou director do combate.
PRISÃO DE FERRO. Preparação de ataque destinada a afastar o FERRO do adversário, dominando-o do início até ao final do movi¬mento.
PRONAÇÃO. Posição da mão em que a palma fica virada para o solo.
PUNHO. Peça de madeira, metal ou matéria plástica por onde se segura a arma.
REDOBRAMENTO. Nova acção, simples ou composta, sobre um adversário que parou sem responder ou que simplesmente evitou a pri¬meira acção, recuando ou esquivando-se.
REMISE. Acção ofensiva simples imediata que se segue a uma primeira acção, sem encolher o braço, depois de uma parada ou recuo do ad¬versário, seja por responder tardiamente, indi¬rectamente ou por ACÇÃO COMPOSTA.
REPRISE (de ataque). Nova acção executada imediatamente depois de voltar à GUARDA. RESPOSTA. Acção ofensiva que se segue após parada do ATAQUE adversário.
SABRE. Arma de secção triangular (e quadrangular ou rectangular na extremidade) com GUARDA-MÃO fechado, destinada a tocar de ESTOQUE e TALHA, que se joga segundo con¬venções estabelecidas.
SAUDAÇÃO. Gesto cortês que se faz no prin¬cípio e no fim de um combate e na lição. Este gesto pode ser dirigido ao adversário, ao presi¬dente do júri ou à assistência. SUPINAÇÃO. Posição da mão com a palma voltada para cima.
TALHA, GOLPE DE. Golpe dado com o gume da lâmina.
TEMPO (de esgrima). Tempo de duração de uma acção ofensiva simples.
TERÇO. Uma das três partes em que se divide a lâmina: primeiro terço, junto à extremidade; segundo terço, ou terço médio, a meio, e ter¬ceiro terço junto do guarda-mão.
TOQUE. Acção de atingir o adversário de ES¬TOQUE (espada e florete) e de TALHA e ESTO¬QUE (no sabre).

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